Poker dos Cornos

CAPÍTULO 1


Não sei nem se vale a pena me descrever antes de contar a minha história. Basicamente, eu sou um cara tão comum que devem existir uns milhares de caras como eu pelo Brasil. Mas, de qualquer forma, aí vai. Me chamo Lucas, tenho 35 anos e trabalho como vendedor de seguros. Sou um cara de estatura mediana, com cabelos castanhos e olhos da mesma cor. Como disse, uma descrição bastante comum.

Entre namoro e casamento, já são oito anos que eu estou com a minha esposa, Amanda. Eu acho ela bem atraente, embora com todo esse tempo em um relacionamento sério, ela se descuidou um pouco. Ela não tem mais o shape perfeito ou a carinha de menininha de quando a conheci, mas mesmo assim, eu não acredito que algum homem que dormisse com ela, sairia insatisfeito, achando que fez um mau negócio. 

Ela é dois anos mais nova e só alguns centímetros mais baixa que eu. Seus cabelos já foram de muitas cores, cortes e comprimentos, mas hoje, eles são bem escuros e curto, em um corte chanel. Ela tem sobrancelhas espessas e bem definidas, que destacam seus olhos castanhos profundos e expressivos. O olhar da minha esposa é tão intenso que quase sempre transmite uma sensação de confiança e determinação.

Confiança e determinação eram exatamente o que me faltava, principalmente depois de um probleminha que eu tive com minha esposa. A maioria desses contos eróticos são de pessoas que contam vantagem sobre o sexo mais quente da vida deles, ou como conseguiram conquistar uma mulher deslumbrante. A minha história começa de forma um pouco diferente: eu brochei.

E sempre quem brocha tem sempre alguma desculpa do tipo – “Ah, eu tinha bebido”, “Eu não tinha dormido nada na noite anterior” ou “Estava estressado do trabalho” – bom, eu vou ser o primeiro brocha honesto do mundo. Não tinha nada de álcool no meu sangue, eu tinha dormido que nem um bebê na noite anterior e meu trabalho só é um porre, mas não tem estresse nenhum. 

Então, assistir a minha esposa batendo o meu pau mole na sua cara e chupando ele por minutos tentando me reviver foi a sessão de psicanálise mais intensa que eu tive na vida. “Vamo meu gostoso, eu quero hoje esse pau inteiro dentro de mim.” Amanda tentava me animar, mas seu ímpeto só piorava a situação.

Depois de quase dez minutos da minha esposa não conseguindo fazer meu sangue fluir na direção correta, Amanda me abraçou e mentiu que estava tudo bem. E ainda tive que ficar ouvindo o resto da noite tudo que ela encontrava na internet sobre impotência masculina e como poderíamos resolver o meu problema.

Eu não tive coragem de falar para ela, mas eu tinha uma boa ideia de qual era a solução. Eu precisava apenas de um dia de total liberdade. Eu começaria indo ao supermercado e comprando tudo que eu quisesse, sem ter que ficar analisando qual leite está mais em conta. Depois, comeria que nem um porco, sem me importar com peso, colesterol ou a quantidade de fibra no prato. Se eu fosse para o trabalho, seria apenas para chutar a porta do meu chefe e mandar ele tomar no cu. E, para terminar o dia, em vez de fazer um papai e mamãe com a minha esposa, eu preferiria estar com vinte novinhas, arregaçando o cu de cada uma delas.

Eu me sentia preso pela rotina. Se o Lucas criança assistisse à minha vida, ele se perguntaria onde nossa vida tinha dado errado. No dia seguinte à minha brochada, eu nem voltei para casa, eu acabei marcando de beber com meu amigo Flávio. Ele havia tentado me contactar algumas vezes nos últimos meses, mas eu sempre dava uma desculpa para gente não se encontrar. Na minha idade, quando um amigo reaparece do nada, ou ele quer te pedir dinheiro, ou ele quer te colocar num esquema de pirâmide.

Mas agora, eu não tinha nenhum desejo de voltar para casa, então beber com o Flávio era uma desculpa conveniente. Eu estava envergonhado de ter brochado, msa também estava me irritando profundamente ouvir Amanda falar sobre as coisas que ela achava que a gente poderia fazer como casal para resolver o meu problema.
 
Eu e o Flávio tínhamos uma longa história juntos. Nós dois compartilhamos o mesmo sonho quando éramos mais jovens: virar jogadores de poker profissionais. E para isso a gente morou por um tempo junto em uma casa alugada por um investidor. Basicamente, esse investidor não cobrava de nós o aluguel e pagava também a entrada para os torneios. Esse sistema parecia bom no papel, mas na prática, era uma luta constante.

A gente ficava que nem ratos jogando poker quase dezoito horas por dia, e se tivéssemos algum lucro, oitenta por cento ficava com esse investidor. Vivíamos tão duros que, quando não tínhamos bons resultados nos torneios, basicamente não comíamos. Era uma rotina de altos e baixos, onde a euforia de uma vitória rapidamente se dissipava na realidade das despesas diárias. Lembro-me de dias em que sobrevivemos à base de miojo, esperando ansiosamente pelo próximo torneio, na esperança de que nossa sorte mudasse.

Eu acabei pulando fora desse barco quando conheci a Amanda. Embora ela não fosse contra a minha carreira de jogador, os altos e baixos de viver de apostas era um ponto de atrito do nosso relacionamento. E eu confesso que já estava exausto, fazia anos que eu estava nessa luta e os dias de glória não apareciam. Para mim, fazia mais sentido conseguir algo mais estável para pouco a pouco eu e minha esposa construirmos nossa vida juntos. Bom, se era estabilidade que eu queria, foi exatamente isso que eu consegui.

Quando eu saí dessa vida do Poker, eu fui pouco a pouco perdendo o contato com o Flávio, que pelo que eu saiba, nunca desistiu do sonho, embora nunca tenha visto o nome dele nas mesas finais dos grandes campeonatos.

E encontrar com ele tinha outra vantagem, além de me manter longe de casa. Eu sei que eu vou parecer uma pessoa ruim ao confessar isso, mas ver ele reclamar da carreira me deixaria um pouco mais em paz com as decisões que tomei ao longo da vida. Eu estava usando ele para me sentir melhor, e me sentia culpado por isso, tanto é que tinha decidido que se Flávio me pedisse algum dinheiro durante nossa conversa, eu emprestaria desde que não fosse uma quantia absurda.

Mas, quando Flávio apareceu no bar com uma BMW novinha, eu percebi que ele não precisaria do meu dinheiro, e caso ele quisesse me colocar em um esquema de pirâmide, eu deveria aceitar. Claramente aquele negócio estava dando muito certo para ele.

Ao me ver, Flávio me abraçou e chegou até me dar um beijo na bochecha, como se fosse um mafioso. Depois, ele deslanchou a falar, proferindo umas mil palavras por segundo, perguntando da minha vida, da minha esposa, do meu trabalho, da minha família, da minha felicidade. Em menos de cinco minutos eu já estava exausto, quase pedindo a ele para gente beber em silêncio, fingindo que éramos velhos cowboys.

A parte boa de contar a minha vida era que em cinco minutos já dava para cobrir tudo que havia acontecido nos últimos anos, mesmo eu caprichando nos detalhes. E quando Flávio terminou de descobrir tudo sobre mim, era minha vez de tentar entender qual foi o pacto com o diabo que ele fez para conseguir um carro daqueles. Mas, toda vez que eu tentava puxar o assunto sobre carreira e dinheiro, ele escapava. 

Eu perguntei se ele ainda jogava poker, e ele me interrompeu e chamou o garçom para pedir bebida. Tentei mais uma vez voltar, indagando o que ele estava fazendo da vida, mas sem me responder, ele levantou e foi ao banheiro, dizendo que estava muito apertado. Por fim, eu fiz uma última investida, sendo direto, e perguntando para ele como ele tinha comprado aquele carrão, mas ele fingiu se distrair com as moças que entravam no bar, e sem me responder, começou a puxar papo com elas. “Ele deve ter os seus motivos para não querer falar”, pensei e desisti de saber mais, provavelmente aquele filha da puta estava vendendo drogas. 

A gente continuou no bar, com eu assistindo ele chavecando as meninas, já que o máximo que eu poderia fazer aquela noite era ser seu ajudante. Mas, depois do décimo litrão, a tristeza começou a tomar conta do meu corpo, me fazendo questionar se algum dia meu pau subiria novamente. Totalmente descontrolado pelo álcool, comecei a desabafar para meu amigo sobre como a minha vida era um lixo. 

Meu olho lacrimejava, mas antes que eu começasse a chorar ali mesmo fazendo o maior papelão da minha vida, Flávio me passou o braço por cima do meu ombro, puxou para perto dele, e disse: “Meu irmão, se sabe que nossa história é antiga, né? Eu não posso deixar você largado as traças assim. Eu não conto para ninguém dá onde tá vindo meu dinheiro, para não fuder meu esquema, mas cara, acho que se tá precisando tanto quanto eu. Se eu contar para você se tem que prometer que nunca vai contar para ninguém.” Com a cabeça eu concordei, minha vontade de chorar sendo substituída pela curiosidade de qual era o esquema que ele estava participando.

“Toda sexta-feira tem um jogo de poker, que só vai uns ricaços da porra. E juro, eles são horríveis, até porque, mesmo se eles perderem um milhãozinho, não vai fazer nem cócegas na conta deles. Se você tiver interesse, eu consigo colocar você na mesa.”

CAPÍTULO 2


A primeira vez que eu fui ao clube de poker com o Flávio eu tinha certeza que ele estava tirando uma com a minha cara, e que algum momento ele revelaria que na verdade meu palpite estava certo e ele ganhou dinheiro vendendo drogas. 

Eu me recusei a jogar, porque eu estava enferrujado e a entrada do torneio era de 5 mil. Se eu tivesse esse dinheiro, teria que usar para pagar as contas atrasadas, não daria para apostar. 

Então, eu só assisti. E confesso, eu fiquei maravilhado. Flávio não havia mentido, todas as decisões que os adversários do meu amigo tomavam não faziam sentido nenhum, parecia que eles não entendiam o básico da matemática por trás do jogo. Rapidamente, Flávio rapelou as fichas de todo mundo da mesa, e saiu dali com o prêmio de trinta mil reais.

Mas aquela exibição me deixou determinado, na próxima sexta-feira, eu tinha que jogar. Eu nunca poderia contar para minha esposa a verdade do porque estava pegando um empréstimo de cinco mil reais no banco, e minha vida poderia desmoronar caso eu saísse de mãos vazias da competição, mas eu precisava tentar.

Quando finalmente chegou a sexta-feira, com as mãos tremendo, eu dei os meus cinco mil reais na mão do caixa e me inscrevi no torneio. Fazia alguns anos que eu não jogava, mas mesmo estando fora de forma, não posso dizer que foi difícil. Em pouco tempo, eu era o “chip leader” da mesa, mas eu acabei apenas em segundo lugar, porque tive um azar danado no “heads-up”. Ainda assim, não podia reclamar. Eu tinha entrado no clube com uma dívida de cinco mil reais e três hora depois estava voltando para casa com dez.

Eu sei que o certo a se fazer seria zerar os boletos do mês, e colocar o que sobrasse em algum investimento. “Mas é para isso que eu trabalho”, eu pensei, as contas seriam pagas com meu dinheiro de vendedor de seguro, já o lucro que tive jogando poker eu queria usar para ter uma experiência mais divertida.

Toda vez que eu perguntava para a Amanda o que ela faria se ganhasse na loteria, ela sempre mencionava passar um dia no hotel-spa chique que abriu na cidade vizinha da nossa. Não existe momento mais perfeito que o presente para realizar nossos sonhos, só se vive uma vez. 

Eu fiz um esforço para surpreender Amanda. Enquanto ela ainda dormia, eu fiz a mala dela, e coloquei no porta-malas do carro, tomando cuidado para que ela não notasse nada fora do comum. Quando minha esposa acordou, eu disse com um sorriso despreocupado que haviam reservado uma mesa para almoçar em um restaurante na cidade do hotel. Ela não suspeitou de nada, animada apenas com a perspectiva de sair para comer. 

Embora o presente fosse dela, eu também estava ansioso, queria logo que a gente chegasse no hotel para eu ver o brilho nos olhos dela. Achei que ela fosse me abraçar e começar a chorar, que nem uma criança indo para Disney. Mas quando finalmente chegamos lá, a expressão dela se tornou séria. “Para de brincadeira Lucas. É sério isso mesmo? Você gastou a nossa renda do mês inteiro em uma diária de hotel? Que loucura! A gente precisa pedir o dinheiro de volta.”

A gente teve uma discussão ali na recepção do hotel, mas, depois que Amanda se certificou que o valor não era reembolsável, ela parou de argumentar. Não valia a pena chorar pelo leite derramado, mas mesmo assim, sua energia refletia a insatisfação que ela sentia. Pior era que se eu falasse a origem do dinheiro, tinha chance dela terminar comigo ali mesmo.

Claramente, a assimetria informacional levava cada um a viver aquele dia de uma forma bem diferente. Eu já cheguei no quarto estourando uma garrafa de champanhe, que tive que tomar praticamente sozinho, já que minha esposa tinha certeza que eu havia perdido o juízo. Amanda ficou o resto da viagem me lembrando que a gente precisava passar no supermercado para repor a garrafa do frigobar, para não ser obrigado a pagar o preço exorbitante do hotel.

Eu estava ficando cada vez mais puto com aquela situação. Eu podia ter gasto aquele dinheiro como algo para mim como uma moto ou celular caro, mas eu estava usando para realizar um sonho dela, e ela sempre descreveu aquele hotel como o paraíso. Agora que estávamos lá, parecia que nós dois havíamos sido enviados direto para o inferno.

A única coisa que eu consegui que Amanda topasse em fazer era a massagem e o banho de lama, que estavam inclusos no pacote e não teriam cobranças extras. Enquanto era massageada, Amanda finalmente relaxou, chegando até a segurar a minha mão durante a nossa “massagem de casal”.

De noite, eu me arrumei para sair para jantar, e perguntei o que ela queria. “Não quero jantar agora não, amor”, Amanda disse, me fazendo perder a paciência com ela. Estava bem cansado da nóia dela de dinheiro, a gente era pobre, mas não ao ponto de ter que pular refeições. Ela estava claramente exagerando para me punir. 

“Eu não aguento mais! Se você está odiando tanto assim a viagem, arruma a mala e vamos para casa.”

Ao meu ver gritar, minha esposa saiu do banheiro totalmente pelado com uma expressão confusa. “Eu tinha pensando que a gente podia aproveitar o quarto”, ela disse decepcionada com a minha explosão de raiva. 

Nossa senhora, eu não sabia onde enfiar minha cara. Minha esposa me encarou com os braços na cintura por um tempo, esperando que eu falasse algo, mas o longo silêncio do quarto foi quebrado por ela mesma:“Desculpa amor, fui bem chata hoje e você só queria relaxar.”

Em um período de dois dias eu tinha ganho cinco mil reais em um campeonato de Poker e minha mulher me pediu desculpas. A única explicação para tudo que estava acontecendo era que aquele hotel realmente era o paraíso.

Minha esposa então se aproximou de mim. “Olha só como ele tá animadinho hoje”, disse segurando o volume que se formava na minha calça e iniciando um longo beijo. De fato eu me sentia uma pessoa totalmente diferente daquele rapaz que negou fogo para ela outra noite. Eu sentia o desejo de usar minha esposa de todas as formas possíveis e imagináveis.

Amanda ajoelhada na minha frente enquanto eu tirava todas as minhas roupas. Era a forma mais simbólica possível de mostrar quão culpada ela se sentia. “Aí amor, eu fui muito malvada hoje… o que eu posso fazer para compensar?” ela disse olhando diretamente nos meus olhos, com uma carinha que me fazia acreditar que ela era uma menininha arrependida, enquanto me masturbava de leve, esperando a minha resposta.

Dentro de mim crescia algo que eu nunca senti na vida. Durante a punheta da minha esposa, versos de um poema invadiram meus pensamentos. “Mestre do meu destino, capitão da minha alma.” A raiva e a frustração que eram meu modos operandi, davam lugar ao sentimento de puro poder. Do nada dentro de mim, veio um desejo que eu nunca tive antes na vida. Então, respeitando essa inspiração, eu fiquei de quatro no quarto, segurei a cabeça da minha esposa, e fiz com que ela desse um beijo grego.

Minha esposa não se fez de rogada, totalmente imersa em lamber e me punhetar com o maior vigor que conseguia. Os dois ajoelhados ali no chão naquele quarto, era como uma renovação dos nossos votos. E, as lambidas naquela região não seriam as únicas coisas inéditas que faríamos naquela transa.

Quando estava prestes a gozar, eu levantei e fiquei frente a frente com minha esposa, e me masturbei por uma fração de segundo, liberando todo meu leite diretamente na cara dela. Enquanto eu gozava, ela se protegia com as mãos e tentava fugir, me fazendo ficar arrependido de ter sido levado pelo momento.

Achei até que ela fosse brigar comigo, mas Amanda apenas correu para o banheiro, se limpou e depois voltou para me abraçar. 

“Promete que essa é a última vez que você faz esse tipo de besteira?”

Eu supus que ela não estava falando da gozada, e sim de gastar o dinheiro sem consultá-la. Eu jurei que sim, mas eu sabia que eu estava mentindo. Eu não precisava de terapia ou repensar a forma que eu estava vivendo a vida. Todos os meus problemas se resolveriam se apenas eu conseguisse mais dinheiro.

CAPÍTULO 3


Era sexta-feira, e enviei uma mensagem para o Flávio perguntando a que horas ele iria ao clube. "Nunca jogo na última sexta do mês, é dia do pôquer dos cornos", ele respondeu, como se isso fizesse algum sentido para mim.

"Pôquer dos cornos?", perguntei, imaginando que o nome fosse tirado de uma fanfic de Game of Thrones.

"Toda última sexta-feira do mês tem essa coisa. Basicamente, é um campeonato com 8 participantes, sem taxa de inscrição, onde o vencedor leva tudo."

"Sem entrada? E, qual é o prêmio?"

"O vencedor pode escolher entre 500 mil reais ou um prêmio alternativo."

"Prêmio alternativo? Que tipo de prêmio?"

"Cara, é complicado explicar. Vem comigo hoje à noite, você vai entender."

Chegamos ao clube e o campeonato já estava em andamento. O prêmio era de meio milhão de reais, mas parecia que os jogadores estavam jogando pôquer pela primeira vez. Nenhuma decisão fazia sentido, toda a lógica era jogada pela janela. Nunca vi uma mesa de pôquer tão bizarra.

Entre os jogadores, um se destacava, não pela sua habilidade no jogo, mas por parecer o protagonista do Monopoly se tivesse nascido no Texas. Era um velho de cabelos e bigodes brancos, que lembrava uma versão menos intensa do Sam Elliot. Além disso, na mesa, ele assumia o papel de um pistoleiro do velho oeste: chapéu de cowboy, óculos escuros, cinto com fivela, charuto e whiskey na mão. O que mais chamava atenção era o quão ridícula sua atuação era.

Mais pela sorte do que pelo juízo, a pilha de fichas dele cresceu, até restarem apenas ele e um jovem mulato na mesa. E chamar o rapaz de jovem não é de forma alguma um exagero, pois ele não parecia ter nem dezoito anos, apesar de acompanhar os outros jogadores nas doses de whiskey. As roupas dele contrastavam muito com as vestimentas caríssimas dos outros membros do clube. A sensação era de que ele era o único para quem o prêmio em dinheiro faria alguma diferença na vida. Tremendo, ele empurrou todas as suas fichas para a mesa, sabendo que seria eliminado caso perdesse aquela mão para o Clint Eastwood da Shopee. 

Na mesa, tinha virado um quatro, um oito de copas, e um valete de paus. O velho encarou o rapaz, terminou seu copo de whiskey de forma teatral e empurrou suas fichas para a mesa, aceitando a aposta. O momento era tão tenso que seria possível ouvir um alfinete cair num carpete. Não tinha mais volta, os jogadores só precisavam revelar suas mãos e ver qual dos dois levaria o prêmio. 

O velho revelou suas cartas, arrancando risadas dos espectadores daquele que deveria ser o pior torneio de pôquer que eu já vi. Um 7 e um 2 de copas. Para quem não conhece pôquer, essa é uma das piores mãos possíveis, e ele estava apostando todas as suas fichas nela. Ao ver as cartas do velho, o rapaz finalmente se acalmou. Ele tinha um par de reis na mão, o que lhe dava 90% de chance de ganhar. Estava praticamente decidido.

Nove em cada dez vezes aquele rapaz levaria para casa o prêmio de meio milhão de reais. Ele não conseguia se controlar, chorava de alegria, sem nem ao menos olhar as cartas que faltavam virar no “turn” e no “river”. Mas, o clima na sala mudou quando a crupiê virou um nove de copas na mesa. O jovem ainda era o franco favorito, mas a última carta poderia mudar tudo. Qualquer carta de copas faria o sonho dele virar pó.
 
A crupiê fazia mistério, demorando para revelar a última carta. O rapaz escondia o rosto, achando que isso diminuiria o sofrimento da espera. Quando finalmente a última carta virou, era um rei de copas. O rapaz foi tomado pela emoção, continuando a chorar, mas agora com um significado totalmente diferente de antes. Era difícil assistir aquela cena.

“Senhor Markus, qual prêmio o senhor vai querer?”, perguntou a crupiê.

“A mulher dele na sala vermelha”, disse o velho, apontando para o rapaz que agora escondia o rosto e chorava mais do que nunca. Eu não fazia a menor ideia do que estava acontecendo. 

Perguntei ao Flávio o que aquilo significava, mas ele manteve o mistério, dizendo para eu esperar, que logo tudo faria sentido. Eu achava que, quando o torneio terminasse, o clube fecharia, mas, aparentemente, na última sexta-feira do mês, havia um coquetel e uma festa.

A surpresa não parou por aí. Antes, a única mulher no clube era a crupiê, que, por acaso, era sensacional. Mas agora, parecia que elas brotavam do chão. A festa estava infestada de ninfetas, uma mais linda que a outra, e eu me arrependia de não estar solteiro naquele momento para aproveitar.

Curtimos a festa por um tempo, até que o Flávio me puxou para uma sala. A iluminação era muito fraca, mas concluí que deveria ser a famigerada sala vermelha, já que tudo naquele lugar estava pintado dessa cor.

Naquele lugar, havia vários caras sentados, com uma distância considerável entre eles. Lá fora, uma animada festa rolava, porém, naquela sala, só tocava música de elevador e todos eles estavam olhando para uma janela que mostrava outra sala vazia. Aquele lugar tinha uma vibe estranhíssima, me sentia como se estivesse no filme “De Olhos Bem Fechados”.

Eu não sabia o que aquelas pessoas estavam aguardando, mas, confiando em Flávio, fiquei em silêncio esperando que algo acontecesse. De repente, o velho que ganhou o campeonato surgiu com uma moça na sala.

Ela era bonita, mas não se comparava às modelos e acompanhantes de luxo que estavam na festa. A moça parecia bem jovem, no máximo vinte anos, com a pele mais escura e longos cabelos negros. Ela usava salto alto e um vestido verde bem colado no corpo, com recortes que mostravam suas costelas. Embora tentasse ser elegante, suas vestes não deveriam ser muito caras devido à baixa qualidade dos materiais.

Eu a tinha visto antes na festa, junto do rapaz que ficou em segundo lugar no torneio. Os dois estavam de mãos dadas e usavam alianças, então assumi que eram casados. Finalmente, a frase “A mulher dele na sala vermelha” começava a fazer sentido para mim. O prêmio alternativo era um encontro com a mulher de um dos perdedores da competição, e o pistoleiro estava disposto a deixar na mesa meio milhão de reais para comer uma garota absurdamente comum, só porque ela era casada.

Ela parecia bem desconfortável, examinando tudo ao seu redor com atenção, como se esperasse ser atacada a qualquer momento. No entanto, quando olhou diretamente para o público que a assistia e não demonstrou nenhuma reação, ficando claro que ela não conseguia nos ver.

“Então, se quiser voltar para a festa com seu marido, pode ir. Eu fico aqui sozinho um pouco”, disse o velho, puxando uma cadeira para ela se sentar.

“Não, seu Markus… estava muito barulho lá. Prefiro fazer companhia para o senhor. Além disso, daqui a pouco, quando meu marido acabar o turno dele, ele se junta a nós.”

“Ah, quanta gentileza. Mas me conta, vocês são muito novos e já estão casados?”

“A gente se conheceu na igreja, e sabe como é, né…”

“Sim, nessa idade os desejos estão à flor da pele mesmo.” Markus conversava com a mulher sem em nenhum momento tirar o olhar dela, articulando cada palavra com certa imponência, deixando clara a diferença de poderes entre eles. A moça corou de vergonha com o comentário sugestivo, mas apenas riu de forma simpática, evitando entrar em mais detalhes sobre seu relacionamento. 

“Mas me conta, vocês estão felizes?”, Markus indagou querendo saber mais.

“Ah… quem pode dizer que é feliz de verdade?”, ela fez uma pausa para que os dois pudessem rir juntos da pergunta retórica, mas Markus não riu. Ele continuava a encará-la de forma penetrante, esperando que ela terminasse sua frase. “A gente queria ter filhos, mas nós dois estamos desempregados.”

Ao ouvir aquilo, um sorriso sinistro se formou no rosto do velho, sabendo quão boas eram as cartas que acabaram de ir para sua mão. “Sabe, eu posso ajudar vocês. Sou dono de algumas empresas, e seria facílimo conseguir um emprego para você e seu marido.”

“Sério, Markus?! Nossa, você não sabe como isso seria bom.” Sem perceber, ela havia aceitado participar do jogo com uma mão horrível. Sentindo o momento a seu favor, Markus partiu para o “all-in”. Ele estendeu a mão até o outro lado da mesa e a colocou sobre a mão da moça. Instintivamente, ela recolheu seu braço, tentando se proteger das investidas do velho a sua frente. Eu achei que ela seria inteligente o suficiente para correr da aposta. 

“Markus… meu marido pode entrar a qualquer momento.”

Ela não tinha como saber, mas a verdade é que seu marido não iria aparecer, pois estava do nosso lado da sala, assistindo a tudo que acontecia, como se fosse um participante do “Teste de Fidelidade” do João Kleber. O rapaz estava tenso, roendo suas unhas e andando de um lado para o outro da sala, mas a pequena resistência de sua esposa o fez vibrar.

“Se ele pode chegar a qualquer momento, estamos perdendo tempo então.” Markus se levantou e foi em direção à moça, que tentou encolher ainda mais o seu pequeno corpo. Sem o mínimo de pudor, ele pegou a mão dela, e colocou em cima de sua calça. 

“Se eu fizer isso, você me dá um emprego?”, perguntou a moça encarando as reações de Markus. Ele assentiu com a cabeça, tirou o membro para fora das calças e segurou a mão da moça, guiando-a para que começasse a masturbá-lo. O marido, que não havia parado de se mexer um segundo, finalmente se sentou e, com uma expressão de derrota, assistia a tudo que acontecia.

Apesar de ter começado receosa e com movimentos tímidos, agora os seios da novinha balançavam com a intensidade que masturbava o velho. Ela acelerava o máximo que conseguia, acreditando que a qualquer momento poderia ser flagrada pelo marido.

Markus fez um rabo de cavalo na moça e começou a pressioná-la para fazer sexo oral. Ela resistiu e o encarou seriamente, achando que seu "não" tinha algum valor na sala vermelha. Ele devolveu o olhar, deixando claro que aquilo não era uma negociação, e empurrou com mais força a cabeça dela para perto da sua cintura, forçando-a a abrir a boca e permitir a entrada do seu membro.

O único esforço que a jovem fazia naquela situação era segurar as pernas de Markus, tentando evitar que ele a empalasse, o velho controlava todos os seus outros movimentos. Com as duas mãos na cabeça dela, ele aproximava e afastava a boca dela do seu membro, e, caso ela tentasse resistir, ele movia os quadris com o mesmo intuito. Cada estocada, Markus ganhava mais um centímetro de cacete dentro da boquinha dela. O marido olhava a cena, tocando o vidro, deixando claro que ele desejava estar junto de sua amada para protegê-la do castigo horrível que sofria em nome do futuro dos dois.

Mas o sofrimento dela logo terminaria. Conseguindo enfiar seu pênis por completo na boca da jovem, Markus interrompeu o vai-e-vêm, em uma posição que ela lutava para respirar. Quando o leite começou a jorrar, ele tirou rapidamente o sexo de dentro da boca dela, sujando propositalmente a face e o vestido da moça.

Brutal. Essa é a única palavra para descrever o que eu acabara de ver. Aquele então era o custo de entrada no jogo dos cornos. Você poderia ganhar meio milhão, mas também corria o risco de que sua mulher sofresse o destino que eu acabara de testemunhar.

No entanto, eu tinha estudado pôquer por anos e tinha certeza de que conseguia jogar melhor do que qualquer um naquele clube. Eu não precisava me preocupar com o que aconteceria se eu perdesse. Já tinha tomado minha decisão: iria jogar o jogo dos cornos no mês seguinte. Os “odds” pareciam bons demais.

CAPÍTULO 4


As regras do pôquer dos cornos eram bem simples. O vencedor podia escolher entre um prêmio de meio milhão ou passar uma hora na sala vermelha com a mulher de um dos perdedores. A mulher escolhida não era obrigada a nada, mas se o “corno” não a conseguisse convencer a ficar uma hora na sala com o vencedor, ele teria que pagar o dobro da premiação máxima ao ganhador.

Eu confiava nas minhas habilidades como jogador de pôquer. Eu confiava na matemática, já que mesmo se eu perdesse a chance de ser escolhido era de 1 em 7. E, acima de tudo, eu confiava na minha esposa, sabendo que mesmo se ela ficasse sozinho com alguém na sala vermelha, nunca me trairia.

Como é melhor prevenir do que remediar, eu menti para Amanda que o Flávio havia nos chamados para uma festa. Caso eu fosse o “corno”, já tinha uma desculpa pronta para explicar o porquê eu precisava que ela fosse num clube de pôquer, mesmo que eu não acreditasse que isso fosse acontecer.

Ao sentar na mesa, minha mão tremia. Quando eu tentei ser profissional, minha maior dificuldade era como enfrentar o tédio de ficar jogando horas a fio campeonatos onde a premiação máxima não passavam de 100 reais. Agora, eu sentia que vencer ou perder aquele torneio mudaria toda minha vida. Meu coração batia freneticamente e eu sentia o peso de cada decisão que eu tomava ali.

A única pessoa que reconheci na mesa foi Markus, o ganhador da última competição. Ele estava bêbado e falante naquela noite, como se fosse pago para comentar o jogo. Ele parecia particularmente interessado em mim, perguntando no que eu trabalhava, o que eu faria com o dinheiro e outras perguntas para puxar assunto. Parecia que ele estava tentando me desconcentrar, e embora aquilo estivesse me incomodando, eu tentava ao máximo ignorar.

Depois de uma hora na mesa, eu tinha certeza que não tinha nada com me preocupar. Nos meus sonhos, eu e minha esposa dançávamos a noite toda embalados pelo prêmio de meio milhão de reais. Eu era o líder de fichas e restavam só outros dois jogadores, sendo Markus um deles.

Me surpreendia Markus ter ido tão longe novamente. Honestamente, ele havia dado a maior sorte no campeonato anterior, e eu não conseguia ver nenhum sentido na forma como ele jogava. Ele apostava em todas as mãos, e mais de uma vez ele sobreviveu no torneio dando “all-in” e sendo o azarão quando as mãos foram reveladas.

Com mais uma cagada dessas, ele eliminou o terceiro colocado, ficando com uma pilha um pouco maior que a minha. Agora restavam apenas eu e ele, e antes de começar o um contra um, teve uma pausa de cinco minutos no torneio. Eu fui direto para o banheiro lavar o meu rosto e tentar controlar os meus nervos. Eu olhava para o espelho, e tentava me motivar. Faltava muito pouco para eu mudar minha vida.

Estava tão concentrado com meu ritual, que nem percebi quando Markus entrou no banheiro. Ele me observou por um tempo, sem falar nada comigo, apenas sorrindo. Depois foi em direção ao mictório.

Eu sempre preferi campeonatos via internet do que ao vivo por causa desse tipo de jogo sujo entre os participantes que eu não tolerava. Eu já estava meio pê da vida com Markus. O blá-blá-blá dele havia me tirado um pouco da minha zona de conforto, e tinha certeza que ele iria aproveitar aquele momento que estávamos sozinhos para me provocar.

Fingi que ele não existia, focando minha mente na água que tocava meu rosto, tentando me acalmar. Estava funcionando, até o momento que o barulho dá pia se combinou com o jato de urina que saía daquele velho. “O pau desse velho que está mijando agora vai entrar na sua mulher se você perder”, do nada esse pensamento veio na minha cabeça, me fazendo novamente entrar em desespero.

Minha ida ao banheiro só conseguiu me deixar mais tenso. Terminei meu ritual, e não sei como, ele ainda estava mijando. Quando eu estava saindo do banheiro, Markus terminou o que fazia no mictório e sem nem ao menos colocar o seu pênis de volta na cueca, veio falar comigo.

“Eu vi o Instagram da Amandinha. Que delicia, heim! Se fosse você nunca teria entrado no pôquer dos cornos, estaria em casa todo dia metendo.”

Minha vontade era meter um soco nele ali mesmo, mas tinha quase certeza que seria desclassificado do campeonato se agredisse outro participante. 

“Sim, ela é maravilhosa, por isso casei com ela.” disse tentando manter a expressão neutra e respondendo mais laconicamente possível.

“Com certeza. E ela parece ter classe. Vai ser uma foda bem melhor que a favelada que comi no mês passado.”  Aquele velho desgraçado ria, e ainda por cima, deu um tapa nas minhas costas, sem nem ao menos lavar a mão. Eu não podia perder para um filho da puta daqueles. 

Eu sempre odiei a parte do um contra um em torneios, e de longe era aonde eu mais sofria em campeonatos. A sorte nesse tipo de situação era predominante, então você poderia jogar para o espaço os cálculos de valor esperado e a teoria do jogo, quando o torneio chegava naquela etapa era como se o vencedor fosse decidido em uma moeda. Normalmente isso não afetava tanto, já que a maioria dos torneios tinha um pagamento generoso para o segundo lugar, mas, no “pôquer dos cornos” o ganhador leva tudo.

Eu saí com uma mão excelente, ás e rei e decidi jogar de forma lenta, atraindo Markus para uma armadilha. Ele apostou pesado antes do “flop”, e eu apenas cobri. As cartas que viraram não poderiam ser mais favoráveis a mim, um ás, um rei e um três, todos de naipes diferentes. Ele apostou pesado, e novamente só cobri, atraindo ele para mais perto do abismo.

A gente continuou na mesma dinâmica de apostas no “turn” e no “river”, e as cartas que viraram foi um quatro e um dez. Eu tinha duas duplas, e não existia a possibilidade de Markus ter uma sequência ou um “flush” na mão. Na minha cabeça eu refiz todos os nossos movimentos que tinham acontecido até ali, tentando prever o que ele poderia ter na mão. Convencido que eu tinha ganho, eu empurrei todas as fichas para mesa. 

“Você tem certeza que é mais inteligente que todas as pessoas aqui. Mas, se você realmente fosse, não teria que assistir sua mulher no quarto vermelho”, Markus disse antes de cobrir minha aposta.

Markus revelou um par de três, e eu não consegui acreditar. Eu havia perdido. Tudo que aconteceu depois disso é uma névoa na minha mente. Lembro vagamente dele falar para a crupiê que queria o prêmio alternativo. Eu fiquei sentado na mesa, enquanto pouco a pouco os espectadores saíam. 

Flávio chegou perto de mim, tentando me acordar do meu transe e perguntar se estava tudo bem comigo. Depois de diversas tentativas de falar comigo sem resposta, ele disse: “Eu falei para você não jogar. Puta que pariu cara, o que você vai fazer?” 

Bom, eu não tinha um milhão. Teria que confiar na minha esposa por uma hora na sala vermelha com aquele velho filha da puta.

CAPÍTULO 5


A única coisa que me restava era a confiança que eu tinha em Amanda. Algo que, naquele momento, parecia frágil diante da realidade cruel que me cercava. Eu me sentia o maior corno da galáxia, já que fui obrigado a convencer a minha esposa ficar sozinha com o velho que me derrotará. 

“Vai ser rapidinho, vou só ajudar o Flávio e já volto. E você não sabe quão rico o Markus é! Se ele passar as apólices dele para mim, a gente vai conseguir comprar uma casa na praia como você sempre quis”, foi a mentira que contei a Amanda, antes de deixá-la sozinha na sala vermelha e ir para a sala anexa assistir o teste de fidelidade dela.

“Então, você que é a famosa Amanda? Prazer me chamo Markus.”

Entrando na sala de forma galanteadora, Markus beijou a mão da minha esposa, revelando quantos séculos ele tinha. Depois ele começou a elogiar a beleza dela, algo que não tinha como discordar dele. Amanda estava, de fato, deslumbrante. Usando um vestido longo de seda vermelha, que abraçava suas curvas de maneira provocante. O decote em V destacava seu colo, enquanto a fenda alta revelava suas pernas graciosas, e tudo ganhava um destaque ainda maior graças ao salto que usava.

Minha esposa abriu um grande sorriso com aquela introdução exagerada, e foi simpática com o velho, exatamente como eu havia pedido a ela. “Sim, sou eu mesma. O prazer é todo meu. Meu marido falou muito bem de você!”

Markus ofereceu um drinque a Amanda, que aceitou com um sorriso tímido. Eles se sentaram no sofá de couro, e a conversa fluiu de maneira surpreendentemente natural. Ele tinha uma habilidade impressionante de fazer as pessoas se sentirem à vontade, como se já fossem velhos conhecidos.

“Então, você sabe por que você está aqui?”, Markus perguntou. Não entendia qual era a estratégia que ele usava, provavelmente queria se divertir sabendo qual mentira eu havia contado para Amanda.

“Ah, meu marido disse que você tem interesse em comprar seguros dele. Como você conheceu o Lucas?”

“Foi aqui no clube mesmo. Espero que ele seja um vendedor de seguro, melhor do que ele é jogador de pôquer”, Markus disse dando risada.

Amanda não se juntou a ele, na risada. Ela olhou para baixo, e ficou em silêncio por um tempo, processando o que acabará de ouvir. Nesse momento, eu percebi o quanto eu estava fodido. Minha esposa, com certeza, ligaria os pontos e entenderia que nossa estadia no hotel dos sonhos havia sido paga com apostas.

“O que a está incomodando minha cara?”, Markus perguntou virando a cabeça um pouco para o lado como um cãozinho confuso. Com aquela empatia de psicopata, ele ia aos poucos ganhando a confiança da minha mulher, já que ela não tinha menor ideia que todo aquele papinho dele era só uma forma de encontrar brechas para comê-la.

“Eu não tinha ideia que meu marido havia voltado a jogar pôquer.” Era visível a decepção de Amanda em dizer aquelas palavras. “A sensação que eu tenho às vezes é que eu sou empecilho na vida dele.”

Markus como um psiquiatra das antigas, não disse nada, permitindo que Amanda continuasse livremente seu raciocínio de porque estar casada comigo era um problema. 

“Sabe, o Lucas sempre teve esses sonhos grandiosos. Só que, enquanto ele não consegue realizar o sonho dele, nossa vida atual é só uma escala da jornada dele, só um contratempo até chegar ao destino.”

Ao ouvir isso, Markus se aproximava, sabendo que a hora de agir estava cada vez mais próxima. “Às vezes é só uma impressão. Uma das melhores formas de saber o que um homem sente por você é como ele é na cama.”

Amanda soltou uma gargalhada histérica ao ouvir isso. “Bom, se for isso, nosso casamento está morto já.” O comentário de Markus havia acertado em um ponto-chave da nossa relação. “Outro dia o Lucas até brochou comigo, acredita?”

Markus teve que se segurar para não começar a dançar ali mesmo. Bingo, aquilo era exatamente o que ele precisava. “Com você? Você está brincando. Não consigo acreditar que é possível…”

Amanda corou com a forma elogiosa que era tratada. Mas, ainda assim sentiu necessidade de me defender. “Eu fiquei bem desapontada na hora. Mas, isso é normal. Todo homem brocha uma vez na vida né?”

Negando com a cabeça e com a boca aberta de surpresa, aquele velho desgraçado, sinalizava que aquele tipo de problema nunca havia acontecido com ele. Amanda trucou ele: “Ah não, Markus, você tá me dizendo que nunca na vida brochou com uma mulher?

“Nunca. Inclusive agora mesmo só de te olhar, estou duro como uma pedra.” Ao terminar essa frase, Markus abaixou o zíper e colocou o pau para fora para mostrar a minha esposa como ele estava.

A primeira reação dela foi de choque, se afastando e demonstrando claramente que não esperava aquilo. Porém, ao invés de correr e sair da sala, Amanda continuou perto, encarando fixamente o pau do velho, considerando quais eram suas alternativas.

"Aí, se eu não fosse casada, talvez as coisas seriam diferentes…", Amanda disse antes de rir de nervoso, tentando disfarçar a tensão no ar. Markus, percebendo a hesitação dela, aproveitou a oportunidade para se aproximar mais e começar a se acariciar na frente dela.

Do outro lado do vidro, eu os observava com vontade de entrar na sala e encher aquele velho de porrada. Só que se eu fizesse isso, contrairia uma dívida que eu nunca conseguiria pagar na minha vida. Então, tinha que só torcer para que Amanda só estivesse na onda de Markus para me ajudar na venda depois.

"Você sabe que merece mais do que isso, Amanda. Uma mulher como você não deveria se contentar com menos do que o melhor."

Ele já estava muito próximo dela, e os olhos da minha esposa estavam fixos nas carícias que ele fazia. Amanda fez um movimento quase imperceptível, passando sua língua entre os lábios, tomada pelo desejo. Markus, com sua experiência em ler as reações das pessoas, viu que era a oportunidade certa de atacar.

Ele puxou a cabeça da minha esposa para seu colo, e ela cedeu, beijando o pênis dele. Minha esposa já havia me chupado milhares de vezes, e eu sabia como eram os rituais dela. Primeiro Amanda massageava o meu saco, lambendo a cabecinha de meu pau de forma provocadora, até eu quase implorar para ela começar. Depois, ela ia aumentando a profundidade do vai-e-vêm, até que conseguisse engolir por inteiro. E para finalizar, a cereja do bolo, quando o pau estava por completo dentro da boca dela, Amanda ficava parada usando apenas a língua para me satisfazer.

Era enlouquecedor ver cada etapa desse ritual ser feito em outro homem. E quando chegou na etapa final, Markus fez um joinha para nosso lado da sala, que arrancou risadas do público que assistia. A diversão dele não era apenas foder minha esposa, mas também humilhar nós dois para a sua plateia. 

Enquanto recebia o que deveria ser o melhor oral da sua vida, Markus já preparava o terreno para novos avanços. Tirando a calcinha da minha esposa, e massageando seu clitóris, ele ainda teve a pachorra de dizer: “Molhadinha, heim. Alguém estava querendo muito rola hoje. Ainda bem que eu estou aqui, porque o brocha não daria conta não.”

Fiquei apreensivo para ver a reação da minha esposa com o insulto que Markus fez a mim. Ela apenas olhou para Markus e deu um sorriso, aparentemente não existia nada de errado naquela frase. Aquele sorriso foi como uma punhalada no meu coração, mostrando que, naquele momento, ela estava completamente entregue à situação.

Markus, percebendo o domínio que tinha sob minha esposa, puxou-a para cima de seu colo, deixando ela numa posição onde pudesse penetrá-la facilmente. Amanda não resistiu, ao contrário, parecia ansiosa. Com movimentos lentos e calculados, Markus a preencheu, enquanto eu observava, impotente e devastado. As risadas e comentários do público apenas intensificavam minha sensação de humilhação. 

Cada gemido de prazer de Amanda era uma lembrança dolorosa do quanto eu estava sendo traído e menosprezado. Markus, agora completamente dentro dela, aumentou o ritmo, enquanto Amanda correspondia com entusiasmo. 

Enquanto Markus a possuía, ele olhou novamente para a plateia, com um sorriso triunfante estampado em seu rosto. Ele sabia ter conseguido o que queria: não apenas o corpo da minha esposa, mas a completa destruição da minha dignidade. 

Amanda abraçava o pescoço daquele velho, e pulava no seu colo, como se estivesse sem sexo há anos. Finalmente, o clímax inevitável se aproximou. Os gemidos de Amanda tornaram-se mais altos, enquanto Markus metia nela com vigor máximo que aquela posição permitia, fazendo minha esposa parecer o coelhinho da Duracell pulando no seu colo.

E então, em um momento de êxtase simultâneo, ambos chegaram ao ápice. Amanda gritou, seu corpo tremendo enquanto se agarrava a Markus, e ele, com um grunhido de satisfação, segurou-a firmemente enquanto gozava dentro dela.

Amanda havia cruzado uma linha, garantindo que nossa relação nunca mais voltaria ser o mesmo. Não tinha nem como ficar com raiva de tudo que acontecia. O único sentimento dentro de mim era de vergonha e culpa, eu havia sido responsável por criar aquele momento. 

<Continua>