Meu novo chefe está interessado demais na minha família

CAPÍTULO 1


Eu trabalhei a vida inteira na mesma agência de publicidade, até ela falir, e o meu mundo virar de cabeça para baixo. Desde então, tive que aprender a lidar com a rejeição, parecia que nenhuma empresa contrataria um cinquentão que não tinha nenhuma experiência com as novas tendências das tecnologias digitais. 

A desgraça não podia chegar em pior hora. Minhas duas filhas, Priscila e Maíra, estavam nos primeiros anos das suas faculdades, e Marta, minha esposa, era dona de casa, então, eu sustentava quatro pessoas com uma renda total de zero reais. Desempregado, era desesperador ver toda a minha aposentadoria ser consumida, sem saber como eu sustentaria minha família.

Minha sorte parecia que ia mudar quando, depois de anos enviando currículos, finalmente uma oportunidade surgiu. Uma das primeiras campanhas publicitárias que eu toquei na vida foi para uma loja de departamento, que na época era insignificante no mercado. Só que a campanha deu tão certo, que de uma marca regional com algumas lojas, a empresa cresceu tanto, que abriu lojas em todos os continentes do globo, tornando seu dono, Sérgio, um dos homens mais ricos do Brasil.

“Boa tarde, Régis! Como você está? Aqui é o Sérgio, lembra de mim?”

Agora, imagine meu choque quando atendi meu celular e ele estava do outro lado da linha. Há anos não conversávamos. A empresa dele havia crescido tanto que não se encaixava mais nos serviços que a agência que eu trabalhava oferecia. Apesar de nossa relação ter sido ótima na época, e ele ser uma pessoa simpática e humilde, eu confesso que travei quando percebi quem era. “O-oi senhor. Co-co-como posso ser útil?”, respondi fazendo minha melhor imitação de um serviçal do século XIX.

“Não, não, Régis. Você entendeu totalmente errado. A pergunta de verdade é: como eu posso ajudar você? Se tem algum homem que eu devo tudo que eu tenho, é você Régis. Sem sua genialidade hoje eu estaria como muitos amigos meus, totalmente falido.”

Já era difícil acreditar que alguém em sua posição se lembrasse de mim, mas era surreal pensar que aquele homem achava que tinha alguma dívida comigo. Sem responder de forma direta, eu desabafei com ele sobre os problemas que passei nos últimos anos, e como era um desafio se recolocar no mercado de trabalho com minha idade, mesmo com todos os contatos e experiência.

“Eu não consigo acreditar nisso, Régis! Quando eu soube que a agência tinha falido, eu fiquei curioso e entrei no seu linkedin. Eu tinha certeza que você só havia esquecido de atualizar, e que já deveria estar empregado ou até mesmo aberto sua própria empresa.”

Apesar de ter sido chamado de genial, aquela conversa me doía. Não era a intenção de Sérgio, mas eu comparava nossas trajetórias e me sentia um fracassado, era como encarar o outro face da moeda, descobrir o que eu poderia ter sido caso a sorte tivesse sorrido para mim.

“Eu não posso deixar essa oportunidade passar. Eu nunca te fiz nenhuma proposta ao longo desses anos por puro respeito a empresa que você trabalhava e tudo que ela fez por mim. Mas, agora você é um homem livre. Quanto você quer ganhar e quando você quer começar?”

Parecia que eu tinha sido sugado para uma realidade paralela. Meu nome não era mais Régis, e sim, Aladdin, e estava pensando quais seriam meus três desejos. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo, era bom demais para ser verdade. Sem saber o que responder, eu revelei a ele quanto eu ganhava na agência antes dela falir, e fui honesto, que quanto antes começasse melhor. 

“Ótimo. Você começa amanhã. Vou te encaminhar por email a proposta. Tenha um bom dia Régis.”

Assim que desliguei o telefone, corri para contar a minha esposa sobre a novidade. Era um alívio ter finalmente uma boa notícia para compartilhar. O período de desemprego tinha sido árduo para nós. No início, Marta me apoiava incondicionalmente, mas conforme o tempo passava, a ansiedade pelo nosso futuro e uma crescente sensação de impotência começaram a pesar sobre ambos. No final, suporte dela parecia mais uma cobrança do que um encorajamento genuíno.

Eu achei que ela ficaria em êxtase, mas quando terminei de contar, Marta parecia confusa. “Onde você vai trabalhar?”, “O que você vai fazer?” e “Não teve nenhuma entrevista?” foram alguns dos questionamentos que recebi. Ela tinha razão, na minha animação eu tinha ignorado como aquilo era bizarro.

“08:00 Avenida Brasil, 1313”

Não tinha como o texto da mensagem do email ser mais curto. “08:00 Avenida Brasil, 1313”, apenas contendo as informações imprescindíveis, nem uma assinatura no final. O remetente era de uma empresa que eu nunca ouvi falar, e parecia não existir no Google. Junto com a lacônica comunicação, havia um arquivo anexado. Eram dezenas de páginas de um contrato de trabalho que parecia bastante convencional à primeira vista. No entanto, o que realmente capturou minha atenção foi o final do documento. O salário proposto superava em muito o valor que pedi a Sérgio, e, além disso, a empresa oferecia um programa de bônus bastante generoso. As cifras e condições apresentadas eram inacreditáveis. Para resumir, a cada dois anos de permanência na empresa, eu receberia um bônus com tantos zeros que, em se trabalhasse lá por uma década, nem as minhas netas precisariam se preocupar com dinheiro.

Não sabia o que fazer. Todos os meus instintos imploravam para que eu não saísse de casa no dia seguinte, e se não estivesse tão desesperado, eu provavelmente seguiria a recomendação deles. Os valores da proposta eram insanos, e eu não podia me dar o luxo de continuar desempregado. Seja o que Deus quiser. Oito da manhã, eu descobriria a verdade.

Passei a noite em claro, e cheguei com uma hora de antecedência. Eu olhava ao meu redor, buscando qualquer pista sobre o que a empresa fazia. O escritório tinha um design minimalista, dominado pelo branco e, apesar de estar quase vazio devido ao horário, era espaçoso o suficiente para acomodar uma centena de pessoas. 

Me aproximei da recepção e aguardei por um tempinho, já que a recepcionista fazia um esforço excepcional para ignorar minha presença. Contudo, era difícil retribuir a indiferença, considerando que ela era uma das mulheres mais bonitas que eu já tinha visto na vida. Jovem, com maquiagem impecável e vestida para impressionar em um desfile de moda em Milão, ela não tinha um único fio de cabelo fora do lugar, personificando a perfeição. Eu não poderia estar no lugar certo, talvez tudo aquilo não passasse de uma pegadinha. Eu estava quase desistindo e indo embora. 

"O senhor chegou cedo. Por favor, me acompanhe", disse ela de forma direta e formal, com um toque de rispidez em sua voz. Em completo silêncio, ela me conduziu até uma sala de reuniões e, depois saiu sem sequer oferecer água ou café. Sem ter outra alternativa, eu esperei.

Às nove em ponto, um menino com a idade das minhas filhas veio me dar boas vindas empresas, mostrou onde era minha estação de trabalho e como usava a máquina de café. Sem saber onde enfiar a cara, eu tive que perguntar o que a empresa fazia. Com a paciência característica dos jovens, me explicou que eles trabalhavam com pesquisas de mercado, prestando serviços principalmente para a empresa do Sérgio, antecipando tendências e propondo a criação de novos produtos.

Ok. Não parecia algo tão complexo assim, eu tinha experiência na área, e com algum tempo com certeza as coisas fariam mais sentido.”Mas qual será meu cargo?”, eu perguntei abusando da minúscula boa vontade do menino. Ele deu uma boa olhada na minha cara, avaliando se eu estava tendo um derrame ou sofria de demência. Incrédulo ele respondeu: “Você é o novo vice-presidente.”

CAPÍTULO 2


A vaga que eu consegui sem nenhuma entrevista e sem nem saber com o que eu trabalharia era de vice-presidente. Acima de mim no organograma, apenas Gabriel, filho de Sérgio. Eu já sabia da fama dele pelas aparições dele em jornais e revistas. O nome de anjo não fazia jus a pessoa. Baladeiro, playboy e sempre aparecendo em jornais em namoros curtos com sub-celebridades.

Eu achava que eventualmente me acostumaria ao novo cargo. Como dizem os americanos, “fake it until you make it”. Contudo, conforme as semanas passavam, nada mudava. Ninguém me passava tarefas, me convocava para reuniões ou sequer olhava na minha cara. Era como se eu tivesse morrido sem saber, vivendo na pele o enredo do "Sexto Sentido".

Não existia nenhuma forma de eu me sentir mais deslocado. Eu era o mais velho no escritório, e havia tirado minha carteira de motorista anos antes de qualquer um ali ter nascido. A empresa refletia o espírito "bon vivant" do seu presidente, com happy hours três vezes por semana, pessoas se pegando no banheiro e funcionários bebendo loucamente durante o expediente. Não parecia uma empresa, e sim uma rave interminável.

Provavelmente por um equívoco, recebi um convite por email para uma das confraternizações da empresa. O evento marcaria o lançamento de um novo produto, e a diretoria queria que todos os funcionários estivessem presentes, atuando como clientes entusiasmados. O convite sugeria que trouxéssemos nossos familiares e cônjuges para tornar a trapaça ainda mais efetiva. Para mim, seria uma oportunidade para conhecer melhor as pessoas, e tentar convencer que embora eu tenha caído de paraquedas na companhia, eu poderia ser útil.

Minha esposa e minha filha mais nova concordaram em me acompanhar ao evento, que aconteceu em um parque. Elas optaram por roupas de academia, pensando em aproveitar a ocasião para dar uma corrida. No entanto, para o meu desespero, elas demoraram tanto para se arrumar que acabamos sendo um dos últimos a chegar. Parecia um filme de terror, todos os meus colegas virando simultaneamente para encarar minha família. Mas, o verdadeiro pesadelo estava longe de começar.

Eu não conseguia acreditar. Pessoas que me ignoravam por completo no escritório, se aproximavam e falavam comigo como se fossem meus melhores amigos. Parecia que minha família era o novo produto, de tanta atenção que nós recebíamos. Demorei para entender o que realmente estava acontecendo, mas aos poucos fui identificando os sinais claros. Esses filhas da puta estavam cagando para mim, e apenas se aproximavam para falar com minha filha e minha mulher.

Minha esposa quando jovem chamava muita atenção, e mesmo depois do passar dos anos e ficar grávida duas vezes, ainda continuava maravilhosa. Ela é de uma estatura mediana, com os cabelos cacheado negros, possuindo os olhos azuis expressivos. Linda. Mas claramente isso são apenas os detalhes, porque com certeza o que atraía aquela multidão de vagabundos em volta dela eram os seios dela. Volumosos, com um formato de pêra e perfeitamente espaçados eram a loucura da minha vida.

Ter uma esposa tão bonita a ponto das pessoas questionarem o porquê ela está com um cara velho e mediano como eu já era um desafio, agora ter duas filhas que puxaram a mãe, era uma dor de cabeça constante na minha vida. A genética do lado de Marta era forte, as três eram quase cópias, apesar de ter algumas pequenas diferenças, como o fato de Maíra ter uma bunda um pouco maior e por ser mais jovem, um peito menor e mais firme que o da mãe. Morrendo de raiva, eu não tinha o que fazer, só assistir o show daquele bando de abutres.

A única pessoa que chegou ainda mais atrasada do que eu foi Gabriel, surgindo no parque com a aparência de quem não havia dormido nada. O cansaço era evidente no rosto do rapaz, ele bocejava frequentemente, mostrava desinteresse e, em alguns momentos, cochilava de pé. Nosso CEO demonstrava sinais claros de que tinha compromissos mais importantes do que participar daquele evento, como por exemplo, voltar para a balada de onde ele tinha passado a noite.

Curioso, eu acompanhava cada passo de Gabriel, tentando compreender como Sérgio considerou prudente confiar ao filho dele a gestão de uma parcela tão significativa dos seus investimentos. Embora fosse um dia importante para a empresa, o único momento em que Gabriel mostrou qualquer interesse pelo evento foi quando avistou minha família. Ele rapidamente removeu os óculos escuros para garantir que os filtros da lente não o enganavam e de fato existia duas mulheres daquele calibre no seu raio de ação. Depois de avistá-las, sem perder nenhum segundo, ele parou o que estava fazendo e veio em minha direção.

Depois de meses na empresa, aquela seria a primeira vez que eu, o vice-presidente, falaria com o presidente, e apesar de parecer uma grande oportunidade, eu não estava nada feliz. Com a simpatia característica dos lobos prestes a devorar os cordeiros, ele puxou assunto perguntando o que eu achei do evento. Eu poderia responder qualquer coisa, porque ele não prestava nenhuma atenção no que eu dizia, e aquele papinho era só um pretexto para se aproximar e se apresentar para minha mulher e minha filha.

Gabriel passou a próxima hora totalmente absorvido em conversar com as duas, canalizando todo o interesse que lhe faltava pela empresa para descobrir cada detalhe sobre minha família. Inocente, elas compartilharam tudo. Onde moravam, suas atividades cotidianas e seus interesses. Era quase surreal ver quão rápido meu chefe conquistou a confiança da minha filha e esposa.

Embora estivessem se divertindo e rindo durante a conversa, o horário que havíamos combinado para partir estava se aproximando. Então, decidiram seguir seus planos iniciais e saíram para correr. Antes de irem, vi Gabriel pegando o telefone de Maíra, e não pude dizer nada, mesmo ele sendo quinze anos mais velho que ela.

Eu só queria que aquele evento acabasse para ir para casa, exausto de tanta falsidade. Minha frustração deve ter sido evidente, porque antes de voltar a me ignorar, Gabriel olhou para mim com um sorriso cínico e disse num tom que talvez fosse sua tentativa de ser amigável, mas na verdade me pareceu uma ameaça: “Agora que somos todos amigos, vou passar bastante tempo em sua casa Régis!”

CAPÍTULO 3


Depois daquele evento, Gabriel começou a prestar mais atenção em mim. Não sei se isso era bom ou ruim. Por um lado, eu deixei de ser um pária e passei a receber tarefas, finalmente exercendo minha função de vice-presidente na empresa. Por outro lado, tive que interagir com Gabriel, que é uma pessoa detestável. Ele fazia questão de me mostrar sua troca de mensagens com minha filha mais nova. Os dois estavam em um flerte que já durava cerca de duas semanas, e pela conversa, era evidente o interesse mútuo.

No início, eu pensava que o garoto buscasse minha aprovação ao compartilhar as mensagens comigo. No entanto, mesmo deixando claro que não tinha interesse nas conversas e que ambos eram livres para fazer o que quisessem, ele insistia em me manter informado sobre tudo. Comecei a suspeitar que ele se divertia com a situação, uma espécie de sadismo, já que eu não podia reagir às suas provocações.

Maíra era maior de idade, e não cabia a mim decidir com quem ela podia se relacionar. Claro que eu sentia ciúmes das minhas filhas, como todo pai, eu acreditava que ninguém era bom o suficiente para elas. No entanto, era uma etapa natural do crescimento delas ter relacionamentos, e o máximo que eu poderia fazer nesse momento seria dar conselhos. Estava decidido a não interferir no relacionamento dela com meu chefe, não só porque acreditava na liberdade de escolha da minha filha, mas também porque não podia correr o risco de perder aquele emprego.

Eu era muito ingênuo e ainda não sabia o perigo que Maíra corria, mas estava prestes a descobrir. Um dia, eu acordei com uma centena de notificações no meu WhatsApp. Desesperado, imaginei que algo terrível havia acontecido, mas não sabia a natureza dessa calamidade. Conforme deslizava pelas minhas conversas, percebi que nenhuma das minhas conversas tinha novas mensagens, exceto um grupo que era responsável por todas as notificações. Era um grupo que não existia na noite anterior, e cada nova mensagem que eu visualizava, meu estômago embrulhava.

O grupo foi criado por Gabriel, e além de mim, tinha alguns funcionários da empresa que costumavam cair na farra junto com ele. “Putinha Caiu na Net” era o nome do grupo, e a foto de perfil era uma foto da minha filha mais nova de costas, com uma calcinha minúscula enfiada no seu rabo, mandando um beijinho para câmera. Gabriel também compartilhou vários prints de conversas, extremamente explícitas entre ele e Maíra, basicamente combinando toda putaria que iriam fazer quando se encontrassem. 

Nem nos meus piores pesadelos eu conseguiria imaginar aquela conversa. Maíra não estava se expondo virtualmente por estar apaixonada por Gabriel, ele havia pago pelas fotos e agora estava combinando valor para se encontrarem. Ou seja, o CEO da minha empresa estava transformando minha filhinha em prostituta, ao mesmo tempo, que a expunha na internet.

Meu primeiro instinto foi contar tudo para minha filha e exigir que ela se afastasse de Gabriel. No entanto, quanto mais eu refletia sobre como revelar o que estava acontecendo, mais percebia o quanto esse plano tinha falhas. A situação era complexa e envolvia muitos fatores: como Maíra reagiria, o que Gabriel poderia fazer com as fotos e até mesmo o sustento da minha família, caso eu entrasse em conflito com o dono da empresa e fosse demitido. 

Enquanto eu ponderava sobre o que deveria fazer, recebi um e-mail agendando uma reunião com Gabriel, que eu tinha certeza absoluta seria para tratar do tema do grupo. Embora minha vontade fosse assassinar ele, meu lado racional sabia que eu precisava ouvi-lo com bastante calma. Precisava entender todas as intenções dele, e a família dele tinha tanto poder e dinheiro que poderia facilmente destruir minha vida se quisesse.

Na reunião, eu pouco falei. Gabriel discursou sobre as coisas que eu já tinha percebido sobre a situação, como o fato dele poder expor minha filha a qualquer hora que quisesse e que eu perderia o emprego caso interferisse na relação entre os dois. Aquela reunião não era para discutir os termos do nosso acordo e do relacionamento dos dois. Gabriel estava apenas esfregando na minha cara de forma presencial agora que comeria minha filha e eu não poderia fazer nada. Eu estava impotente diante daquela situação, aquele rapaz era doente, e eu seria forçado a participar do seu jogo de perversão.

Honestamente, embora eu tivesse dentro de mim a vontade de proteger minha filha de todo mal do mundo, ela havia entrado nessa situação por vontade própria. Depois de considerar muito o que fazer, cheguei a conclusão que não havia nada a ser feito. Aquele emprego era nossa chance de nunca mais precisar pensar em dinheiro na vida, e mesmo diante daquela situação bizarra, não tinha como eu simplesmente desistir. Tanto pai, quanto filha, estavam se vendendo.

CAPÍTULO 4


Era sexta-feira, e como todos os assalariados do mundo, estava contando as horas para o final de semana. O dia tinha sido longo e entediante. A única coisa que aconteceu digna de nota foi quando Gabriel passou na minha mesa para contar uma piada velha. 

“Uma menina liga para o pai e diz: — Pai, um estranho me ofereceu 100 reais para transar comigo. Ele disse que jogaria o dinheiro no chão e só faria amor comigo enquanto eu pegasse o dinheiro.

O pai, após pensar um pouco, responde: — Aceite a proposta. Você pega o dinheiro tão rápido que ele nem terá chance de fazer nada!

Depois de ficar horas sem notícia da filha, o pai liga de volta preocupado: — E aí, como foi? Pegou o dinheiro?

— O desgraçado está descansando depois de meter em mim pela terceira vez. Ele usou moedas de 5 centavos.”

Claramente a intenção dele não era me fazer rir. De forma sútil meu chefe me lembrava que minha filha estava se prostituindo para ele. Mas aquela não era nem a pior coisa que ele faria para me chatear. Depois de terminar a piada, Gabriel me convocou para ser o controlador de um estudo que ocorreria de noite na empresa, destruindo todos os planos que eu tinha para o final da minha sexta-feira.

Um dos serviços que a empresa oferecia era pesquisas de opiniões e testes de novos produtos. Para isso, havia uma sala de reuniões no escritório com um vidro de visão unilateral, similar a uma sala de interrogatório que normalmente vemos em filmes e séries policiais americanas. Nesses estudos, o controlador da pesquisa ficaria numa sala, escondido dos participantes, apenas monitorando suas reações sem que esses soubessem de sua presença. 

Algo não me cheirava bem naquela história de ficar no trabalho sexta a noite. Mas, eu estava sob tanta pressão que qualquer coisinha que acontecia já fazia minha cabeça espiralar em uma nova teoria da conspiração. Poderia ser que algo ruim acontecesse, ou poderia ser simplesmente o milésimo alarme falso que meu pânico dispararia naquela semana.

Eu entrei na sala de controle dos estudos, e ansiosamente esperei, querendo ir para casa o mais rápido possível. O escritório estava completamente vazio, já que só mesmo alguém desesperado como eu para aceitar fazer hora extra numa sexta-feira. Mas, quando vi o CEO da empresa entrando com minha filha mais nova na sala, ficou claro que não haveria nenhum estudo, e aquela era uma situação real para se ter pânico. 

Maíra estava irreconhecível, trajando um elegante vestido preto, meia-calça e salto alto, toda maquiada e sofisticada, como se estivesse indo para uma festa. Já que Gabriel ainda estava com as roupas sociais que usará no trabalho, tornando o casal dissonante, parecendo que eles não haviam combinado direito aonde iriam.

Porém, somente as roupas passavam aquela impressão de discórdia, já que os dois se beijavam em perfeita harmonia, como um pombinhos indo para sua lua de mel. Para mim ver aquilo já era o suficiente, Gabriel havia provado para mim que comeria minha filha, e não tinha mais sentido eu continuar ali. Mesmo sem autorização do meu chefe, achei que podia fazer o logoff e ir para casa. Mas, para minha surpresa, alguém me trancou dentro daquela sala, não tinha como eu sair. Com certeza, Gabriel estava me obrigando assistir aquela cena que parecia um pesadelo que eu não era capaz de despertar.

Meu chefe então sentou numa das luxuosas cadeiras pretas da sala, exalando todo seu poder, e colocou uma música. Maíra dançando removeu seu vestido no ritmo da música. “Sem pressa, minha putinha”, Gabriel disse garantindo que, igual ao, pai, Maíra também faria hora extra naquela noite. Mas, as semelhanças terminaram aí, já que ela não parecia se importar em passar a noite toda naquela sala. Apesar de ter só dezoito anos, as roupas íntimas de Maíra revelevam quão preparada ela estava. Por baixo do seu vestido, ela vestia um corselet preto de renda, que com toda certeza havia sido comprado apenas para aquela ocasião. 

Se aquela era a primeira vez que Maíra aceitava dinheiro para estar sozinha com um homem, ela disfarçava muito bem, agindo como uma profissional com anos de experiência no ramo. Andando de um lado para o outro da sala, marcando cada passo com seu quadril, ela se aproximava e se afastava de Gabriel, deixando seus corpos se tocarem por alguns breves segundos, num gato e rato de sedução. Meu chefe delirava com o desempenho de sua nova contratação, especialmente por saber que ele não era o único que assistia aquela dança.

A incompatibilidade dos dois voltaria a aparecer. Gabriel começou a se masturbar violentamente no meio da sala, contrastando com a delicadeza dos movimentos da minha filha. Maíra mudou sua estratégia, ficando bem próxima da cadeira que sentava meu chefe, se curvando e ajudando-o com a tarefa que executava. O feedback dele foi veloz. Satisfeito com o que acontecia, ele deu um tapa no bumbum dela, tão forte, que a fizeram se desequilibrar.

De supetão, meu chefe se levantou. Chegava a hora dele assumir o comando da situação e mostrar porque ocupava o topo do organograma daquela organização. Ele pegou um bolo gigantesco de notas de 20 reais da carteira, e arremessou para o alto, no melhor estilo programa Sílvio Santos. Maíra achou graça daquela excentricidade e, sorrindo para ele, inclinou-se ao chão com o tronco para coletar seu pagamento.

O corpo da minha filha estava voltado para a sala de onde eu observava tudo. Eu preciso admitir que, qualquer pessoa que não fosse eu, estaria delirando com aquela situação. O corpete fazia um péssimo trabalho em esconder os peitos dela que, graças ao seu tamanho, iam em direção ao chão junto com seu corpo. A força que ela fazia para ficar naquela posição com o salto deixava os músculos da sua perna saltarem, e o seu bumbum, que era a característica que mais a destacava no panteão de mulheres lindas que habitavam minha casa, estava totalmente exposto para Gabriel. Se apenas eu não tivesse as memórias de ninar, trocar as fraldas e cuidar dela a vida inteira, assistir aquela mulher linda sendo comida naquela sala seria uma experiência única.

Gabriel deixava claro que não me contou aquela piada mais cedo apenas para me provocar. Era, na verdade, um prenúncio do que aconteceria naquela sala. Afastando a parte do body que cobria a região íntima de Maíra para o lado com uma mão, e se firmando na cintura dela com a outra, Gabriel começou a relação carnal, olhando fixamente para o vidro, imaginando qual seria minha reação ao ver aquela cena. Era absurdo ele estar fixado em mim, considerando quão linda era a mulher que estava curvada e sendo comida por ele naquele momento. 

Gabriel colocou segurou com as duas mãos a cintura da minha filha, usando-as para puxar cada vez mais rápido Maíra em sua direção, que comicamente se desequilibrava enquanto se esforçava para ser bem sucedida em todas as suas tarefas da noite, que eram receber seu pagamento e satisfazer seu contratante. Minha filha, sempre muito inteligente, chegou a conclusão que talvez devesse primeiro completar a segunda tarefa primeiro, já que era muito ineficiente coletar o dinheiro do chão enquanto era macetada por trás.

“Isso meu gostoso, não para de comer essa putinha…”, Maíra disse numa forma manhosa, com o tom totalmente distinto do seu usual. Mesmo para um homem que tinha tudo, possuir minha filha enquanto eu assistia era uma dessas experiências únicas que o dinheiro não pode comprar, embora Gabriel estivesse pagando tanto meu salário quanto a hora de Maíra. “Vou gozar na sua filhinha!”, meu chefe gritou. Ela ficou confusa, mas continou em seu posto, levando varadas, acreditando que aquilo não passava de uma louca fantasia, sem saber que aquelas palavras eram de fato direcionadas a mim.

Gabriel interrompeu o movimento de vai-e-vem, prendendo Maíra, colada ao corpo dele. Se contorcendo e gemendo, ele gozou dentro da minha filha. Eu não consegui olhar, quando eu abri os olhos, o líquido dele já escorria manchando a meia calça. Faltavam apenas algumas notas no chão, e Gabriel, sem a força necessária para continuar o ato sexual, decidiu que aproveitaria o momento para fazer algo que eu nunca fiz com as minhas meninas, aplicando em Maíra um castigo corporal. Enquanto ela terminava o serviço, ele estapeava o bumbum dela com força, fazendo minha filha repensar as decisões que tomou na vida que levaram até ali.

Não foi a única transa que os dois tiveram naquela noite. Eu tive que passar a madrugada inteira naquela sala, assistindo meu chefe realizar todas as suas perversões e gozando diversas vezes na minha filha, totalmente impotente, desejando que cada ejaculada fosse sua última. Quando eu finalmente me libertei do meu cárcere, já era sábado de manhã, e eu fui para casa, recobrar as energias e descansar, me preparando para voltar segunda-feira para o trabalho.