Meu amigo babaca brincou de esconde-esconde com minha namorada

CAPÍTULO 1


Em média, uma pessoa vive vinte sete mil dias. A maioria desses dias passa de forma quase imperceptível, preenchida com as rotinas diárias de comer, realizar tarefas e dormir.  Logo no dia seguinte, você esquece o que fez no anterior. Em uma vida completa, provavelmente temos apenas uma dezena de dias que são suficientemente importantes para mudar a trajetória de alguém. Eu estava prestes a entrar em um desses dias. A perda da virgindade é um marco na vida de qualquer pessoa. Embora para o mundo, a transição do antes e depois seja imperceptível, internamente é como se nada mais na vida fosse o mesmo.

Totalmente pelado na cama, eu esperava Tais terminar de se arrumar no banheiro, pensando em como chegamos ali. A gente havia se conhecido ainda criança, já que estudamos sempre juntos na mesma escola. Honestamente, nessa fase eu não poderia ligar menos para ela. Tais é uma japonesa mestiça com a pele mais bronzeada, que era quase imperceptível quando éramos crianças por ser bem baixa e magra. Era uma combinação de ela não chamar muita atenção e eu ainda não estar na idade de procurar.

Mas, a nossa adolescência quebrou o paradigma existente. Embora os seios dela nunca chegaram a ser o que a destacava entre as garotas, graças a sua descendência asiática, o que ela tinha da cintura para baixo era digno de um prêmio. Ela praticava ginástica olímpica, então suas coxas eram desproporcionais, não respeitando a delicadeza do resto do seu corpo. E a cintura dela… era uma coisa de louco. Guerras já foram travadas por muito menos na história da humanidade. Grande, redonda e durinha. A composição única que era Taís a fazia ser cobiçada por quase todos os meninos da nossa escola. Eu me sentia especial por estar com ela. Aquele que possui o que todos desejam, um campeão.  

Se bem que o que significava possuir ela era um conceito abstrato para mim. Nosso namoro era bem inocente. Dificilmente a gente saía como um casal, a grande maioria das vezes a gente estava com nosso grupo de amigos, indo em festas, e até algumas vezes fazíamos atividades com nossos pais presentes. Nosso namoro andava em passos bem lentos comparado com o de alguns amigos que já estavam fazendo de tudo com suas namoradas. Até por isso, o pessoal começou me chamar de “bicho-preguiça” dizendo que eu era muito lento, e se fossem eles usariam minha namorada de todas as formas possíveis. Esse apelido me incomodava demais, até por isso, aquele dia era fundamental, não queria viver para sempre com essa reputação. 

Esse fim da adolescência foi um período bem cruel para mim, como é para a maioria das pessoas, talvez por isso eu estivesse um pouco atrás dos meus colegas. Tive que enfrentar problemas familiares e uma depressão. A relação com a Taís era a única coisa boa que eu tinha na vida, me fazia sentir que eu tinha capacidade de controlar o meu destino. Bom, pelo menos nos outros momentos, porque ali naquele quarto eu me sentia entregue ao caos.

Mesmo que eu desejasse muito aquele momento, eu nunca tomei a iniciativa, por respeito. Eu pensava: “quando ela estiver pronta, ela vai me avisar”. E demorou um pouco, mas foi assim que aconteceu. Taís sabia que estaria sozinha em casa naquele Sábado, então com bastante antecedência ela me avisou que aquele seria o último dia que teríamos nossas virgindades. 

“Então… o que você achou Vini?”

Eu já estava tenso, e Taís apareceu fazendo perguntas que eram impossíveis de serem respondidas. Sem dúvida, eu havia sido uma pessoa muito boa em uma vida passada, acumulando o karma necessário para ser agraciado com tal visão nesta vida. Ela havia se maquiado, virando uma pessoa totalmente diferente do que eu estava acostumado a ver todo dia na escola. Aquelas coxas maravilhosas, pareciam ainda mais poderosas, graças à meia calça que as envolvia. Completando o look dela, apenas um sutiã, e uma calcinha, sendo necessário muita atenção para perceber, já que basicamente essa desaparecia na bunda de Taís. Todas as peças em roxo, fugindo do padrão e deixando claro que ela tinha se preparado para o momento.  Meu tempo estava acabando, e eu ainda não havia respondido a pergunta.

“Perfeita como sempre.”

"Ah... Mesma coisa de sempre?", perguntou Taís, sua voz tingida de tristeza, como se não tivesse captado o 'perfeita' na minha fala. Enquanto o nervosismo e a pressão se acumulavam dentro de mim, eu gaguejava tentando me explicar. Ela riu da minha reação, como se eu fosse uma criança adorável, e se aproximou da cama. Era incrível como aquela garota de apenas um metro e cinquenta parecia tão imponente.

A gente começou a se pegar. Até então, nada de inédito. Nosso relacionamento havia passado por alguns rituais de iniciação, como ficar pelado um na frente do outro, ou fazer carícias nas regiões íntimas, mas, ainda faltava um passo crucial. “Tem certeza disso, Tá?”, eu perguntei, tentando respeitar o máximo a menina que eu amava.  “Vai logo Vini, para de ser lerdo!”, ela respondeu num tom jocoso, deixando claro a diferença entre a nossa percepção do momento.

Eu confesso que não tinha certeza de qual deveria ser o próximo passo. A sorte é que eu era tão inexperiente que era incapaz de listar as diversas alternativas. A única coisa que veio na minha cabeça foi tentar a posição que eu sempre via em filmes e novelas, o homem por cima. Sem em nenhum momento parar de beijar, eu fui passando meu corpo para cima do dela, e quando atinge a posição que julgava ser a correta, passei a me esfregar nela, mesmo que estivesse ainda protegida pela sua calcinha.

O cheiro do quarto dela, o nosso beijo, o toque do meu corpo no dela. Aquilo estava tão bom que acabei me distraindo completamente, esquecendo qual era meu objetivo. Impaciente, Taís não tinha a memória tão frágil quanto a minha, puxou a sua calcinha até ficar pendurada em apenas uma de suas pernas, segurou o meu pau com uma mão, e o guiou para o caminho certo.

Foram trinta segundos mágicos, onde eu sentia toda a extensão do meu pau sendo pressionada pela buceta apertada que experimentaria em toda minha vida, embora eu não soubesse desse fato na época. Se ao menos, eu tivesse parado em alguma hora e respirado, mas meu corpo foi induzido pelo vai-e-vêm de Taís jogando seu quadril para mais perto de mim. Quando senti o gozo vindo, tive menos que uma fração de segundo para reagir, e o mais longe que consegui chegar foi nas coxas dela. 

Taís teve um ataque de risos com o meu término, e me preocupei que algo estivesse errado e ela sofrendo de histeria. Eu a encarei confuso por um tempo, até ela finalmente explicar o que era tão engraçado.

“Ah Vini para. Para isso você é rápido, né?”

CAPÍTULO 2


“Poema em Linha Reta” é um texto de Fernando Pessoa. Nele, seu heterônimo Álvaro de Campos reclama de nunca ter conhecido ninguém que apanhou, foi covarde ou foi ridículo, todas as pessoas à volta dele eram campeãs, seres perfeitos. Sei que muitas pessoas vão julgar pela minha história, mas o que posso fazer? Se fosse possível voltar no tempo, eu faria quase tudo diferente do que eu fiz, mas na época, eu sendo jovem e ingênuo, não estava preparado para toda complexidade que a vida tem para oferecer.

Eu vivia estressado com o cursinho e o estudo para o vestibular, e ao mesmo tempo em dúvida com relação ao meu namoro. Do meu grupo de amigos, eu era o último que ainda estava com sua namorada do ensino médio. Parecia quase impossível o amor vencer contra a distância, as mudanças e novas experiências que apareciam nessa fase da vida. Um por um, eu via os soldados caindo e me perguntava se eu tinha alguma chance de sobreviver.

Por isso que eu acreditei que uma ida para praia seria ideal. Kayke, meu amigo, convidou Taís e eu para passar um feriado na casa dos pais dele, uma mansão esplêndida na orla. Um grupo bem grande de amigos nossos estaria lá. Seria a primeira vez na minha vida que iria para uma viagem sem nenhum pai presente, já que havia acabado de tirar a carta.

Eu estava animado de viajar, porém não tanto com a ideia de passar o final de semana com o Kayke. Eu o conhecia desde pequeno, passamos horas jogando bola junto, muito por isso nossa amizade ainda existia naquele momento, mas quanto mais o tempo passava, mais claro ficava que existiam diferenças irreconciliáveis nessa relação. 

O aspecto que mais me perturbava era o lado um tanto sadista de Kayke, que gostava de intimidar as pessoas. O modo como ele fazia isso diferia bastante do estereótipo dos filmes americanos, onde um atleta do nada vinha e colocava a cabeça de um nerd na privada. Kayke preferia humilhar aqueles próximos a ele, mascarando suas ações como brincadeiras inocentes, fazendo parecer que todos estavam envolvidos no jogo. Não foi ideia dele me chamar de “preguiça”, mas claramente ele era um dos mais envolvidos na brincadeira e o que mais tentava popularizar o apelido. Há anos ele não me chamava pelo meu verdadeiro nome.

Também me irritava profundamente a forma machista com que ele comentava sobre mulheres. Na cabeça dele, o sonho de todas as mulheres do mundo era cavalgar no pau dele. A cada nova conquista, ele tinha que contar vantagem, muitas vezes expondo a menina através de fotos e vídeos no nosso grupo de Whatsapp. Kayke era viciado em contar vantagem e provocar. Ele achava a piada mais engraçada do mundo me falar o que ele faria com Taís se ela não fosse minha namorada.

Se hoje eu tenho algum conselho para os mais jovens é: nunca deixe lixo acumulado na sua casa.  O lixo pode parecer inofensivo, mas ele atrai doenças e pragas. Kayke era o lixo que eu deixava na minha vida, esperando que algum momento ele fosse crescer. Foi o primeiro grande erro que eu cometi.

Antes mesmo de chegar na praia, no carro na viagem de ida, eu já havia percebido que a viagem não seria tão relaxante quanto eu imaginava. Como a gente ia cinco pessoas, acabou que eu fui dirigindo, Caio, um amigo meu mais gordinho, veio no passageiro, e atrás foi o Kayke, a Taís e o Rodolfo, outro amigo nosso. Kayke estava elétrico com o evento, exacerbando todas as coisas que eu odeio nele. 

Faltavam três horas de viagem.

“Nossa preguiça, essa joça tá muito apertada”, ele disse me provocando assim que entrou no carro. Minha família não tinha dinheiro para torrar em carros de luxo ou mansões na praia como a dele, claro que aos olhos dele, o que eu tinha era uma porcaria. Só existia uma coisa que eu possuía e ele cobiçava.

 “Acho que a japa vai ter que vir no meu colo para ocupar ainda menos espaço!” 

Com os anos, eu aprendi que a melhor solução para lidar com a idiotice do meu amigo era deixar ele se cansar. Se você demonstrasse que as provocações foram efetivas, isso só o deixaria ainda mais excitado com a situação. Então,  pela minha paz de espírito, eu tive que fingir que ele sugerir que minha namorada sentasse no colo dele era uma ótima piada.

Kayke manteve seu espetáculo de humor, puxando minha namorada para o seu colo, enquanto ela resistia e pedia para ele parar, embora risse bastante da situação. “Gente, a brincadeira tá atrapalhando aqui. Vamos relaxar um pouco vocês dois?”, eu disse no meu tom paternal e calmo, escondendo que meu sangue fervia. Os olhos de Kayke brilharam, detectando meu incômodo com a situação. 

Faltavam duas horas de viagem.

“Caralho, chupa em pé, que perna musculosa!”, Kayke disse enquanto apertava a coxa da minha namorada. Ele encostar nela já era algo que me incomodava bastante, mas com certeza o que eu mais odiava eram os apelidos que ele chamava ela, sempre algo bem inapropriado.

Eu já havia pedido para Taís se impor mais nessas situações, brecando um pouco ele, mas ela fazia justamente o contrário, se divertindo da brincadeira dele. “Ah Vini, não dá para levar a ferro e fogo tudo que o Kike fala. É o jeito brincalhão dele”, ela costumava me dizer.

“Viu só Kike? Muita ginástica! Sente essa parte”, Taís disse posicionando a mão de Kayke mais para cima da sua coxa e fazendo força. Ele balançou a gola da camisa fingindo ter ficado com calor repentino ao tocar ali, o que fez minha namorada dar um tapinha no peito dele e falar que ele era um bobo. Caio interrompeu e puxou qualquer outro assunto nessa hora, percebendo que eu poderia bater o carro de raiva se aquilo continuasse.

Faltava apenas uma hora de viagem.

A energia de todos no carro já havia esgotado. Apenas Kayke continuava agora em um monólogo sobre o melhor boquete que ele havia recebido na vida. Vendo que não cativava o público como antes, Kayke decidiu que precisava usar um último recurso para inflamar a platéia.

“Eai preguiça, a vagabunda chupa bem? Ela não tem cara não.”

Eu não tive tempo nem vontade de responder. Fingindo estar ofendida, Taís deu mais um tapa de brincadeira nele e respondeu por mim: “Como se é idiota Kiko! Eu nunca vou fazer esse tipo de coisa.”

Os olhos de Kayke foram substituídos por diamantes ao ouvir aquilo. Acho que Caio era a única pessoa que conseguia ver de fato minha expressão naquele carro. Eu estava derrotado, sabia que aquilo era meu fim.

“NUNCA CHUPOU O PREGUIÇA? Ah então eu terei o prazer de ser o primeiro a receber um boquete da japinha do bundão!”

Ao terminar essa frase, Kayke puxou a cabeça da minha namorada para o colo dele, cobriu a cara dela com a camiseta, e ficou empurrando a cabeça dela contra a própria cintura, tudo isso enquanto cantava os belos versos: “A novinha experiente já nasceu com esse dom, Vi logo uma novinha que faz um boquete bom, dom dom dom”. Minha namorada empurrava, batia e pedia para ele parar. Mas, em nenhum momento ela parou de rir daquele idiota.

CAPÍTULO 3


Graças a idiotices de Kayke, eu estava com a cara mais fechada que o clima que nos recebeu no litoral. Chovia horrores e ficamos no quintal da casa fazendo churrasco e jogando baralho. Fazia até um pouco de frio, também por isso achei a decisão de Kayke de vestir uma sunga branca ridícula. Só faltava ele pendurar uma melancia no pescoço de tanto que ele se esforçava para chamar a atenção. Eu tentava focar nos pontos altos da viagem — jogar truco, beber com os amigos e saborear um bom churrasco — e aproveitar o feriado ao máximo, independentemente da chuva incessante.

Kayke, percebendo que as pessoas estavam mais focadas em curtir do que os constantes pedidos de atenção dele, decidiu que o frio e o temporal não o impediriam de pular na piscina. Seu plano foi bem sucedido, embora que por um tempo menor do que ele provavelmente estimou, já que ninguém se sentiu compelido a se juntar a ele. Não era uma festa na piscina, era apenas um idiota passando frio. Se ele não conseguiu convencer as pessoas usando seu carisma, talvez a força fosse um método mais efetivo.

Por ser uma das mais leves, bêbadas e tolerantes com as babaquices dele, minha namorada se tornou o alvo perfeito. Ele ergueu ela no colo, e pulou com ela na piscina, ignorando que Tais lutava e gritava, não querendo cair na piscina com as roupas que vestia. Agora com companhia dentro da piscina, Kayke começou com as babaquices costumeiras. Rangendo os dentes, eu assistia eles brincarem de dar caldos um no outro, numa cena parecida com a “Banheira do Gugu”. 

Um trovão ecoou intensamente, e Taís decidiu que era imprudente demais continuar com a brincadeira na piscina. Em silêncio, agradeci a Zeus e Thor por interromperem aquela tortura. No entanto, parecia que ainda não havia conquistado o favor das demais divindades do panteão, pois o churrasco prometia ser um verdadeiro teste para minha sanidade com os desafios que ainda estavam por vir.

O primeiro desafio foi reprimir minha vontade de confrontar Kayke quando ele saiu da piscina. Sua sunga branca revelava claramente o quanto ele tinha gostado de brincar de agarrar minha namorada. E eu não era o único que notou o volume. Taís também encarava com olhares furtivos a cintura do seu amigo. Eu fiquei enciumado, mas confesso que não atribuí malícia a ação dela, já que o volume estava tão saliente que era difícil ser ignorado.


O segundo desafio imposto pelos deuses naquele churrasco foi enfrentar um show de funk. Uma das garotas do grupo, reclamando que o rock que tocava era chato, trocou a playlist. Rapidamente, o churrasco se transformou em uma espécie de disputa entre o clube do Bolinha e o clube da Luluzinha: todas as meninas dançavam enquanto os meninos se mantinham ocupados bebendo e jogando truco. Taís, com seu vestidinho branco molhado, dançava com tanto entusiasmo que deixava pouco à imaginação, sendo o destaque ao descer até o chão, já me fazendo sonhar acordado o que eu faria com ela de noite.

Infelizmente, eu não fui o único a perceber os talentos dela. Violando a divisão de gêneros existente no local, Kayke se juntou à dança das meninas. Brincalhão e inocente no começo, parecia que eu era o único ali que sabia o que realmente passava na cabeça daquele desgraçado. Incapaz de deixar minha namorada em paz, frente a frente eles começaram um dueto. Sempre dissimulado, ele ia aos poucos conquistando seu espaço.

“Dagging” é uma dança jamaicana em que os dançarinos simulam o ato sexual mais extremo possível no palco, que chegou até sofrer proibições do governo. Kayke decidiu que iria enriquecer nosso grupo, performando a dança estrangeira bem ali com a minha namorada. Por trás da minha namorada, Kayke jogava seu corpo com tanta violência que uma hora ela se desequilibrou e caiu. Sem se preocupar se Taís havia se machucado, ele simplesmente pulou em cima dela, e movimentando freneticamente seu quadril, simulava um anal. Embriagados, todos os presentes pararam o que estavam fazendo para rir, aplaudir e incentivar os artistas, menos eu, que estava chocado demais para acreditar que aquilo realmente estava acontecendo.

Taís gritava para que ele parasse, embora risse e se divertia com a situação. Quando finalmente se recompuseram, minha namorada se lembrou da minha existência. Eu já não conseguia disfarçar minha irritação, tremendo e espumando de raiva. Percebendo que eu estava à beira de causar um tumulto, ela decidiu que seria melhor nos afastarmos da festa e me levou para dentro de casa para tentar me acalmar. Eu estava bem puto com o Kayke, mas também culpava ela por não colocar freios nele. 

Tivemos a briga mais feia do nosso relacionamento. Taís alegava que era absurdo eu ter ciúmes, já que tudo não passava de uma brincadeira e os dois eram apenas amigos, mas eu não era convencido nem um pouco por esse argumento. Se eu não estivesse tão bêbado para dirigir, eu terminaria meu relacionamento, pegaria o carro e sairia dali. Não era possível ela achar o que estava acontecendo normal. Sem controle pela raiva que eu sentia, comentei que talvez nossa relação tinha chegado no seu limite. Contrariando minhas expectativas, aquele momento foi o estopim para Taís me abraçar. 

Eu havia lançado um ultimato, mas ao final da discussão, deixei claro que aquelas "brincadeiras" não seriam mais toleradas. E obtive a mais doce vitória possível, pois, após alguns segundos abraçados, Taís não resistiu e começou a me beijar. Combinação de emoções fortes e bebida haviam transformado minha namorada. Essa nova Taís era bem mais impaciente e voraz, arrancando minhas roupas sem se preocupar que algum dos nossos amigos poderia entrar no quarto a qualquer momento. De pé, ela se desdobrava para ao mesmo tempo me beijar e me masturbar furiosamente. 

Algo não estava normal na minha cabeça também, invés de aproveitar aquele momento, as imagens de Kayke dançando com minha namorada não saíam da minha cabeça. E o pior, não sentia mais raiva, mas sim as imagens me ajudaram com minha excitação. Incontrolavelmente gozei sem conseguir passar das etapas preliminares daquela relação. Taís ria que havia melado toda a coxa dela, tirando sarro que havia sido muito rápido. Aquela havia sido a punheta mais confusa de toda minha vida, e eu me sentia bem envergonhado de nosso sexo de reconciliação ter sido tão rápido. 

Para compensar, terminei de tirar as peças de roupa molhada de Taís, joguei ela na cama, e retribui o favor que recebi com minha técnica “secreta”. Meu indicador penetrava as partes íntimas da minha namorada, massageando a região mais funda que alcançava, enquanto minha língua focava no clítoris dela. Já havia conseguido que ela gozasse diversas vezes nessa posição, mas acredito que graças a bebida, naquele dia ela estava demorando muito.

Mais um barulho alto de relâmpago surgiu, mas desta vez Zeus e Thor não estavam do meu lado. A casa estava sem luz, e era possível ouvir passos próximos da gente, indicando que a qualquer momento as pessoas entrariam no quarto compartilhado para pegar celulares ou qualquer coisa que os ajudasse na escuridão. Em modo de pânico, nós dois rapidamente colocamos nossas roupas, e Taís me beijou, prometendo que mais tarde terminaria nossa folia. Orgulhoso de mim mesmo pensei: “Kayke pode ficar com as idiotices dele quanto quiser, no final do dia, a Taís vai dormir comigo.”

CAPÍTULO 4


Faltava luz, chovia horrores lá fora e o pior de tudo, e a gente decidiu virar todas as cervejas que estavam na geladeira, com medo que elas esquentassem. Sem energia elétrica, nosso grupo fazia um exercício de regressão temporal, ficando tão bêbados quanto bárbaros prestes a invadir Roma. Mas, nossa regressão não pararia ali. Confesso que não lembro de quem exatamente foi a ideia, mas alguém sugeriu que poderíamos aproveitar a escuridão para voltar a infância e brincar de esconde-esconde. 

A brincadeira até que estava divertida. A casa era grande, sempre existindo algum lugar diferente para se esconder, e a graça era pular no pegador, dando um susto colossal nele. Sei lá, éramos jovens e muito bêbados, talvez a gente se divertiria até mesmo assistindo a estática da televisão. Além disso, enquanto estávamos jogando, eu não precisava interagir com o Kayke. Eu me acalmava da raiva que passei a tarde, quase dava para acreditar que aquele desgraçado não existia. Quase dava, mas algo aconteceu que tornou impossível eu continuar na minha fantasia. 

Em uma rodada do esconde-esconde, eu me escondi embaixo da mesa da cozinha, esperando que o pegador aparecesse para puxar o pé dele como uma alma penada. Pouco depois que eu me ajeitei, Kayke apareceu na cozinha, e sem muita criatividade se escondeu na despensa. Ele mal terminou de se acomodar quando Taís apareceu esbaforida, claramente preocupada por ter demorado tanto e ainda não ter encontrado um lugar para se esconder. 

Eu tentei chamar minha namorada para se juntar a mim debaixo da mesa de uma forma tímida, já que o pegador poderia estar por perto e eu não queria revelar minha posição. Kayke teve a mesma ideia, só que como sempre, ele agiu de forma bem espalhafatosa, puxando Taís pelo braço para se juntar a ele na dispensa. Só que o movimento foi tão brusco, que ela se assustou e fez menção de gritar. Pensando rápido, Kayke abraçou-a pelas costas e tapou a boca dela, evitando que o barulho revelasse seu esconderijo. 

Os dois não haviam notado que eu estava junto deles na cozinha, por isso tive que observar o abraço deles, morrendo de ciúmes, esperando eles finalmente se afastarem. Depois de alguns segundos, Taís estava calma suficiente para não precisar mais ser amordaçada, mas mesmo assim Kayke manteve o corpo dele pressionado contra o dela. 

Minha namorada não se incomodou com a longevidade daquele abraço. Kayke, percebendo uma oportunidade, deslizou sua mão pelo corpo dela, primeiro tocando seus seios, depois sua barriga, até finalmente chegar na parte superior da saia dela. O atrevimento daquele moleque fez Tais despertar do seu transe, e com um movimento rápido, ela impediu que a mão do seu “amigo” progredisse, iniciando ali na cozinha um tenso jogo de ataque contra defesa. Não conseguia acreditar na ousadia daquele vagabundo, mas não intervi. Eu estava curioso para ver como Taís se livraria daquela situação, e esperava que ela impusesse limites. Kayke não respeitava ela e nem nosso relacionamento. 

Bom, até hoje eu estou esperando alguma reação da minha namorada. Na terceira tentativa de Kayke, ela desistiu de resistir, deixando os dedos do amigo entrarem dentro de sua saia, tocando de leve no seu clitorís. Ele precisou novamente tapar a boca dela, já que os gemidos de Taís certamente entregaria o esconderijo deles, se continuasse ecoando pela cozinha livremente. 

“Tá gostando né, sua putinha?"

Só mesmo uma pessoa idiota e insegura como o Kayke para achar que precisava sussurar aquela pergutna no ouvido de Taís. Além de gemer com cada deslizada que o dedo dele dava, ela, involuntariamente, arqueava o corpo para trás, rebolando contra o corpo de seu amigo. Não havia como ter dúvidas, minha namorada estava amando a siririca que recebia do seu “amigo”. 

Eu já não sabia mais o que fazer, estava morrendo de medo de alguém aparecer, descobrindo que eu estava levando um chifre. Eu deixaria de ser o “preguiça” para virar o corno do grupo, seria um inferno na minha vida. 

Gritos surgiram do piso superior da casa, indicando que o pegador havia encontrado alguém e aquela rodada do esconde-esconde estava encerrada. Para meu alívio, Taís finalmente se desvencilhou do abraço de Kayke, fez o melhor que pode para se recompor, e voltou na sala, provavelmente com medo que alguém encontrasse os dois juntos naquela posição. 

Todo mundo se reuniu na sala, e eu tentei convencer meus amigos que a brincadeira estava chata e já era hora de fazermos outra coisa. Para minha frustração, Kayke insistiu que o jogo deveríamos jogar pelo menos mais uma rodada. Mas isso não era o pior. Taís se juntou a ele, dizendo que não tínhamos nada melhor para fazer e que estava se divertindo com a brincadeira, partindo meu coração. 

“Se vocês quiserem tanto assim jogar essa merda, podem continuar jogando sozinhos” eu disse enlouquecido. O clima ficou pesado, ninguém entendeu de onde vinha minha raiva. Tentando controlar os ânimos, Kayke mudou de lado e encerrou a discussão. 

“Não precisa ficar com areia na pereca preguiça, tá tarde mesmo, amanhã a gente brinca de novo.”

CAPÍTULO 5


Meu pai costumava dizer que perdoar uma traição é a forma mais eficiente de ser traído uma segunda vez, não acreditando na capacidade dos humanos de mudar e melhorar. Mesmo sendo muito apaixonado por Taís, não achava que seria possível nossa relação sobreviver depois daquele feriado, até porque, o adultério dela tinha um agravante, de ter sido com uma das pessoas mais desprezíveis da face da terra. Eu não pretendia falar nada com ela durante a viagem, por medo que a galera descobrisse que eu havia sido chifrado, mas quando voltássemos para nossa cidade, eu pretendia terminar. 

Quando fomos para cama naquele dia, Taís tentou cumprir a promessa que me fizera de tarde, mas eu estava exausto e irritado demais para uma relação sexual. Dei uma desculpa qualquer, virei de lado e dormi. Eu tenho o meu orgulho, não sou um bombeiro para ficar apagando o fogo iniciado por outros. 

O dia seguinte amanheceu ensolarado, e por isso, fomos a praia. Eu fiquei monitorando as iterações entre Kayke e minha namorada, tentando empacar a relação dos dois. Depois que a gente terminasse, Taís seria livre para virar a cachorra dele se assim quisesse, mas naquele momento, o mínimo que ela tinha que fazer era respeitar minha presença ali. 

Eles não conversaram muito naquele dia. Minha namorada ficou com as amigas tomando sol e Kayke preferiu jogar bola. O único momento mais tenso para mim foi quando acabou o futebol e todo mundo foi para o mar. 

Curtir calmamente o ambiente paradisíaco que existia ali não era exatamente a praia de Kayke, logo aquela criança hiperativa estava chamando as pessoas para brincar de briga de galo. Minha namorada quis formar uma dupla comigo, mas eu não queria brincar daquilo. Kayke, sempre atento a uma chance, rapidamente atraiu minha namorada para perto e a colocou sobre seus ombros. Já estava furioso ao ver Taís sentada nos ombros de Kayke, mas ele se aproveitava e muito da situação. Sob o pretexto de buscar uma posição mais confortável, suas mãos frequentemente deslizavam pelas coxas e pelo bumbum da minha namorada. 

Pior era que os dois formavam uma boa dupla no jogo, graças a combinação do atleticismo de Taís, e a vontade insana de ganhar em tudo que Kayke tinha. Eles acabaram venceram todos, até não restarem mais oponentes. Uma menina do grupo percebeu que só eu não tinha participado da brincadeira e se ofereceu para ser minha dupla. Eu não queria, mas a galera insistiu tanto que alguém precisava dar o fim na invencibilidade de Kayke, que acabei topando. Eu sou uma pessoa zero competitiva, nunca fui muito bom em esportes de uma forma geral não tinha dentro de mim aquela gana de vencer. Mas, aquele momento ali era diferente, mais do que ganhar, eu queria ver a cara do Kayke quando fosse derrotado por mim. 

As meninas nos nossos ombros travavam uma batalha digna do confronto entre Deuses e Titãs. A minha parceira era mais alta que a Taís, e tomava a iniciativa na luta. Minha namorada usava todos os artifícios para não cair, até que um momento se desequilibrou, e só conseguiu ficar montada no seu amigo depois de cruzar suas pernas no pescoço dele. Eu já estava sentindo o gosto da vitória, mas, percebendo a sua situação crítica, Kayke decidiu que era hora dele entrar na guerra. Ele soltou a mão que agarrava a perna de Taís para me dar uma pegada de judô, e me derrubar com a perna. 

Perdemos, e ainda por cima tive que assistir a comemoração exagerada dos ganhadores, se abraçando, com minha namorada entrelaçando as pernas na costas de Kayke, e os dois pulando dentro da água. Juro, era tão bizarro a situação que eu achei que eles fossem se beijar ali mesmo na frente de todo mundo. Aquilo me deixou tão puto, que não aguentei e reclamei que o golpe de Kayke havia sido injusto e exigi uma revanche. Eu agia como se tivesse cinco anos novamente, quase às lágrimas de tanta raiva por perder. “Relaxa, preguiça, é só uma brincadeira, não significa nada”, disse um amigo, tentando me acalmar. Ele estava certo, mas naquele momento, para mim, ganhar era tudo o que importava. 

Passei o resto do dia com vergonha da forma que tinha agido. Fui caminhar pela praia sozinho, e esperei até o fim da tarde quando a gente voltou para casa. A diversão do período noturno foi virar shots de pinga, o que me ajudou a relaxar e esquecer do inferno que eu estava vivendo. 

Já estávamos para lá de Bagdá quando a luz da casa caiu. Era bem estranho. No dia anterior, as chuvas fortes tinham causado uma queda de energia em toda a região, mas agora o dia estava sem uma nuvem, e o problema de energia parecia restrito apenas à nossa localidade. Mas, para mim tanto fazia, eu estava muito bêbado para bancar o Scooby-Doo e resolver aquele mistério. 

“Esconde-esconde! Esconde-esconde! Esconde-esconde!”, Kayke surgiu cantando, convidando a galera para repetir a brincadeira da noite anterior. As reações foram mistas, algumas pessoas tinham se divertido com a brincadeira ontem e se juntaram ao grito dele, enquanto outras pareciam mais felizes em continuar esvaziando o bar da casa. Para meu desespero, os adoradores de Dionísio perderam a discussão, e novamente teríamos que brincar daquela brincadeira do demônio. 

Eu estava decidido a não deixar Kayke a sós com minha namorada por nenhum segundo durante o jogo. Isso deu certo por algumas rodadas, até que tive o azar de ser escolhido para ser o pegador. Eu estava em apuros. Enquanto contava, eu espiei de canto de olho, e vi Kayke segurando a mão da minha namorada, levando-a como um gado para o abate. 

Nem esperei completar a contagem até o 50 que era o combinado, e já saí caçando os dois. Não sei que diferença faria para mim pegar eles no flagra mais uma vez, mas vocês tem que perdoar por estar agindo de forma racional depois de virar quase meia garrafa de pinga e ser colocado naquela situação humilhante. 

Encontrei eles no mesmo esconderijo da noite anterior. Na despensa da cozinha, Taís prensada contra a parede beijava apaixonadamente seu “amigo”. A mão de Kayke estava dentro da saída de praia da minha namorada. 

Não podia deixar aquilo acontecer novamente. Eu me desesperei e saí esbaforido para outro cômodo da casa, tentando achar alguém e acabar com a minha vez de ser o pegador. Eu corria pela casa, com minha mente me torturando, pensando em todas as possibilidades do que eles podiam estar fazendo naquele exato momento. Depois de alguns minutos angustiantes, finalmente encontrei outra pessoa e consegui encerrar a rodada. 

Na rodada seguinte, Kayke foi muito ligeiro. Pouco antes do pegador começar a contagem, ele já puxou Taís para perto dele, para os dois procurarem juntos um novo esconderijo. Eu não era o pegador dessa vez, mas estava novamente caçando os dois na escuridão daquela casa. Fui direto para cozinha, e eles não estavam lá. Puta que pariu. A casa era muito grande, e as pessoas questionariam se eu ficasse andando de um lado para o outro sem me esconder. Então, a beira de um ataque de pânico, fui para a área da piscina para tomar um ar. 

Na piscina respirei fundo e contei até dez, tentando controlar minha respiração acelerada. Quando finalmente consegui me acalmar um pouco, comecei a ouvir gemidos vindo do banheiro da área externa. Aqueles dois filhos da puta tinham saído da casa, que era a área do jogo, para fazerem a putaria deles sem serem incomodados. 

Assistir os dois era uma merda, mas ficar imaginando o que os dois estavam fazendo era enlouquecedor. Eu precisava saber. Então arriscando tudo, peguei uma cadeira, escalei o muro da casa, para espiar os dois por uma janela alta que tinha no banheiro. Mesmo assim, era complexo entender o que acontecia lá, graças a escuridão. 

Demorou um tempo para identificar o que acontecia, mas claramente os gemidos que eu escutava eram do Kayke. Os dois estavam de pé se beijando no banheirinho, enquanto minha namorada masturbava o “amigo”. 

“Isso continua, tá gostoso demais putinha… fala para mim já tinha pego num pau tão grande?”

Taís soltou um risinho envergonhado com a pergunta, mas deve ter achado que era apenas retórica, já que não respondeu. O único som que dava para ouvir era o da mão dela indo para cima baixo, aumentando a velocidade da punheta naquele filha da puta. Mas é óbvio que o idiota do Kayke não iria deixar aquilo como estava. Ele tinha necessidade de ser o melhor em tudo. 

“O que se acha? Muito maior que o do preguiça?”

De novo, minha namorada não respondeu. Ele foi beijando o pescoço dela, seduzindo-a e tentando convencer que haveria uma recompensa caso ela cooperasse. “Vai Tata, me compara com seu namorado.”, Kayke disse bem perto do ouvido dela. Ela parou o que estava fazendo, e ficou segurando o membro dele com a mão, talvez filosofando sobre a pergunta que fora feita. 

“Como você é besta, menino, para com isso.”, Taís disse, e deu uma pausa para rir. “Óbvio que é maior, esse monstro na minha mão é um absurdo.”

O corpo inteiro de Taís agora iam para trás e para frente, já que ela masturbava Kayke com toda a intensidade que possuía. Eu pensava nos anos de terapia que teria que fazer para esquecer que havia ouvido aquela frase, enquanto Kayke gritava, gozando com a mãozinha da minha namorada. 

O barulho foi tanto que as pessoas de dentro da casa, vieram em direção da piscina para checar o que estava acontecendo. Desesperado, eu não podia deixar que o grupo descobrisse aquele casal, correndo um sério risco à minha reputação. Então pensando rápido, comecei gritar, fingindo que estava procurando minha namorada. Ela saiu correndo do banheiro, deixando Kayke sozinho. Me deu um beijo e explicou que tinha vindo lá para ter privacidade para fazer xixi. Quando o grupo chegou, e perguntou sobre o grito, eu convenci todo mundo que havia sido no vizinho, acobertando os adúlteros. 

Depois de um tempo Kayke saiu do banheiro. Sem ele perceber, eu o seguindo, curioso para ver se ele falaria algo com a minha namorada. Ele foi direto para o porão da casa, mexeu na caixa de força, e magicamente a luz voltou. Assisti chocado a tudo aquilo, sabendo que havia sido derrotado duas vezes pela mesma pessoa naquele dia.

CAPÍTULO 6


Terceiro dia na casa, e também seria a terceira vez que brincávamos de esconde-esconde. Eu não tinha a menor vontade de continuar com aquele jogo imbecil, ainda mais sabendo que Kayke havia usado novamente o truque de cortar a energia da casa, e pretendia aproveitar da escuridão para usar minha namorada. A única coisa boa era que essa seria a última vez, já que iríamos embora depois do almoço no dia seguinte. Minha cabeça pensava: o que for para ser será, não tem nada que eu possa fazer. 

Começava a primeira rodada. 

A sensação de déjà-vu tomou conta de mim. Novamente, eu estava escondido debaixo da mesa enquanto os dois se escondiam na despensa. No entanto, dessa vez, não houve nenhuma cerimônia, no momento que eles sentiram que estavam protegidos, os dois começaram a se pegar. Abraçados, eles trocavam beijos, enquanto suas mãos, exploravam a escuridão, acariciando e tocando tudo ao alcance, guiadas pela curiosidade. 

Taís vestia somente a parte de cima do seu biquini e uma micro sainha que ela usava como saída de praia, ficando com a maior parte da sua pele totalmente exposta para o toque do seu “amigo”. Kayke também não usava muitas roupas aquele dia, apenas vestia um short que era incapaz de esconder em como ele estava animado com a brincando com a minha namorada. 

Como já haviam usado o esconde-esconde duas vezes para seus encontros clandestinos, eles aprenderam que o tempo era limitado e precisavam se apressar para satisfazer todos os seus desejos. Por isso, o beijo dos dois foi bem curto, sendo apenas um cumprimento protocolar. Kayke logo tirou seu shorts, e começou a se masturbar na frente da minha namorada. 

“Bora descobrir se você sabe usar essa boquinha”, Kayke disse enquanto empurrava a cabeça da namorada em direção a sua cintura. Taís resistiu, fez que não com a cabeça e disse que nunca tinha feito aquilo antes. Mas, com pouca paciência para argumentações, ele puxou ela uma segunda vez, sem sucesso, e uma terceira, onde finalmente minha namorada desistiu, sabendo que resistir apenas consumia o pouco tempo que eles tinham. 

Com o tronco curvado na despensa, a maior dificuldade no seu primeiro boquete era manter seu corpo estável, já que Kayke fazia todo o trabalho para ela, segurando sua cabeça e controlando totalmente aquele boquete. Porém ele parecia esquecer que minha namorada era humana, e não uma boneca. Quando o ato ficava muito brutal, a mão dela batia na perna do seu “amigo”,  tentando avisar que ele deveria ser mais delicado, com pouco ou nenhuma efetividade. 

Kayke teve uma ideia para aproveitar ainda mais a situação. Subiu em um apoio de pé que tinha lá, ficando uns dez centímetros mais alto, e graças a diferença existente entre a altura dele e minha namorada, agora ela realmente fazia jus ao apelido que ele costumava chamar. “Não acredito que tô fodendo a boca da chupa em pé antes do preguiça”, disse Kayke em alto e bom som, esquecendo totalmente que eles precisavam ser discretos. 

Gritos vindos da sala anunciavam que a rodada havia acabado, e que todos deviam sair dos seus esconderijos. Preocupada com sua reputação, Taís fez menção de encerrar o que fazia imediatamente para não correr riscos de ser flagrada ali por todos traindo o seu namorado. Mas, Kayke tinha outros planos. Prendendo a cabeça da minha namorada com as mãos, ele ia descobrindo o quanto do seu pau minha namorada era capaz de engolir. Foram alguns segundos de pânico, eu, preocupado se alguém iria flagrar os dois, e Taís preocupada se ela não iria sufocar. A única pessoa que estava feliz era Kayke que rebolava para frente e para trás, dançando com a sua rola quase inteira dentro da boquinha da minha namorada. Foi por muito pouco, mas Taís conseguiu se libertar a tempo das pessoas descobrirem o que eles realmente faziam na cozinha. 

A segunda rodada começou. 

Os dois saíram correndo juntos para um armário que tinha no térreo, logo que a rodada começou. Como fechar e trancar a porta poderia ter atraído desconfiança de quem passava, eles deixaram a porta entreaberta, sabendo que a decisão também tinha riscos, caso eles não ouvissem os passos de quem se aproximava. Eu fiquei escondido perto, fazendo o papel Cerberus, vigiando a entrada do submundo. 

Kayke havia tomado todas as decisões de como seria a brincadeira na cozinha, então agora era vez de Tais ditar o ritmo. Ela arrancou a sainha dela, ficando somente com seu minúsculo biquíni verde, que como mágica, desaparecia naquele bundão. E sua intenção era exatamente capitalizar daquele ponto de destaque do seu corpo, ficando de costas para seu “amigo” e na pontinha dos pés, ela o convidava para se divertir. Kayke não teve que fazer quase nada, apenas afastou um pouco a parte de baixo do biquini da minha namorada, e começou a foder ela de pé ali mesmo. 

Agora, era Taís que esquecia dos riscos que os dois corriam. Os gemidos da minha namorada ecoavam pela casa, e eu comecei a me preocupar que alguém poderia descobrir os dois. Pensando rápido, eu fui para o cômodo próximo ao esconderijo deles e comecei a fazer barulho, para eles se lembrarem das outras pessoas na casa. Não sei se minha estratégia comoveu Taís de tão entregue que ela estava no momento, porém Kayke não queria ser interrompido de forma nenhuma, então ele tapou a boca da minha namorada para diminuir o barulho que ela fazia, sem ele precisar parar de meter na sua buceta. 

“Puta pariu Kiko, continua caralho.”

Taís nunca foi de falar palavrões, mas naquele momento ela estava consumida por um fervor que eu nunca havia presenciado. Ela rebolava, batia sua mão na parede e cerrava os dentes. Eu não sabia o que estava acontecendo já que ela nunca teve a mesma reação comigo, mas aparentemente minha namorada gozava graças ao pau enorme do seu “amigo”. O corpo dela se entregou, quase sem energia por causa da intensidade de suas sensações. 

Porém, o fim da minha namorada não significava o fim para Kayke. Segurando forte os quadris de Taís, sustentando-a já que ela quase não parava em pé, ele continuou metendo nela, sacudindo o corpo desfalecido dela com violência para perto dele. Eu jurava que ele ia gozar naquela hora dentro da minha namorada. 

Gritos novamente anunciavam que tínhamos que voltar para sala. Era humilhante e doloroso ver tudo que acontecia, mas eu confesso que eu estava mais curioso do que qualquer outra coisa. Minha relação tinha acabado a dois dias atrás, eu já tinha tido bastante tempo para processar tudo que aconteceu, agora só queria saber o que eles fariam na próxima rodada. 

A terceira rodada começou. 

Dessa vez, os dois não queriam ser incomodados de forma alguma. Mesmo sabendo do risco de serem pegos fugindo da brincadeira, eles foram para a área externa da casa, e continuaram com sua putaria perto da churrasqueira. Eles estavam tão concentrados um no outro, que eu não precisei me esforçar para passar totalmente despercebido pelo casal. 

Kayke apoiou Taís numa bancada virada de costas para ele,  e começou a se masturbar com seu pau quase tocando a bunda da minha namorada. Ele molhou o dedo com cuspe, e deslizou ele com delicadeza pela região, preparando Taís para o próximo estágio daquela relação. 

“Aí ai! Para Kiko, aí não.”

“Ah, nem vem japa, eu preciso comer esse bundão antes do corno”, Kayke disse enquanto roçava seu pau na entrada do bumbum da minha namorada. Taís parecia verdadeiramente dividida naquele momento, mas, sexo anal pareceu demais para ela naquela ocasião. Oferecendo um substituto, ela pegou o pau do seu “amigo”,  masturbando-o colado a sua bunda, enquanto olhava nos olhos dele para ver se ele aceitaria ficar sem conquistar seu objetivo final aquela noite. Kayke achou melhor não forçar uma discussão ali, até porque, a visão que tinha e o toque delicado da mão da minha namorada já era mais que o suficiente. Ele iria satisfazer recebendo aquela punheta, enquanto deeslizava seu dedinho pelo anûs dela, reparando-a para no futuro se liberar por completo para ele. 

“Eaí, gostou mais de ser comida por mim do que o chifrudo do preguiça?”

Taís sabia da índole perversa de Kayke. Ele adorava ganhar em tudo, ser o melhor e sentia a necessidade de humilhar todos em sua volta para se sentir bem. Talvez ela não precisasse fazer nada, já que era quase impossível ele sentir mais prazer do que já estava sentindo. Mas, Taís era dedicada e quis garantir que seu desempenho naquela noite fosse inesquecível. 

“Nossa Kiko, não tem nem comparação. O pau do preguiça é minúsculo, não faz nem cócegas. Seu pauzão é maravilhoso, sou viciada nele, quero te chupar todo dia, você pode meter em mim quando quiser.”

Kayke esguichou para todo lado, com uma força que indicava que as palavras de Taís haviam surtido efeito. O sêmen dele acertou o cabelo da minha namorada, suas costas e deixou seu bumbum inteiro branco, como se ela tivesse acabado de passar protetor. Os dois ainda continuaram abraçados ali, com a respiração acelerada, sem saber o que fazer para voltar a realidade depois daquela transa. 

O chamado de volta não de forma interior como o de costume, mas sim, por forças externas. Dois colegas apareceram no jardim, e demoraram um tempo para perceber o que estava acontecendo ali. 

“A gente tava procurando vocês por toda parte! Você estão fazendo o que aqui no jardim?”

Eu estava fodido, agora não tinha mais volta, todos sabiam agora da minha desgraça. 

CAPÍTULO 7


O pandemônio se instaurou na casa, todo mundo se juntou na churrasqueira, sem saber o que falar após descobrir o que rolava entre minha namorada e Kayke. Eles ficaram ali olhando um para cara do outro em silêncio, sem saber o que fazer. Parecia que todos já esperavam que aquilo acontecesse pela liberdade que Kayke tinha com minha namorada.

Eu não aguentei ficar ali. Agora que todos sabiam o corno que eu era, não tinha porque eu aturar aquela tortura. Eu simplesmente peguei o carro e saí, sem nem ao menos lembrar de guardar minhas malas.

Taís e eu nunca mais conversamos, mas ficou óbvio para os dois que não éramos mais um casal. Não havia volta na nossa relação depois de tudo que ela fez, e acho que ela também nem queria mais continuar comigo. Além disso, eu me afastei de todas as pessoas daquele grupo, já que nenhum deles veio atrás para saber como eu estava. 

Passado quase um mês desde daquela viagem, eu achei que havia dado um ponto final definitivo nessa história, mas aparentemente Kayke ainda pensava em mim. Em uma mensagem ele me falou: “Olha o que você perdeu.”

Junto com a mensagem, Kayke enviará um vídeo em anexo, que eu sabia que não seria do meu agrado. Com muita hesitação, eu dei o play. O celular que fazia a gravação estava colocado de frente para um sofá, provavelmente escondido, me lembrando um pouco aqueles vídeos pornos do “Casting Couch”. O cômodo estava vazio, mas, depois de alguns segundos, Taís e Kayke entravam em cena, se beijando. 

Kayke claramente era um homem diferente de mim. Eles mal sentaram no sofá, ele já estava tirando o pau para fora, empurrando a cabeça da minha ex para o seu colo e fazendo ela o chupar. 

E Taís também estava mudada. Eu não conseguia acreditar que aquela menina que me dizia que morria de nojo de chupar, agora estava se deliciando com o pau do seu parceiro. Os lábios de Taís deslizavam ao longo do pau, enquanto ela usava a língua para provocar, girando-a ao redor da cabeça. Não era possível ser a mesma pessoa.

“Você sabe por que você está aqui hoje né japa do bundão?” Kayke disse enquanto levantava a saia dela e dava leves tapas no seu bumbum. “Ai sério que você quer mesmo isso Kike?” Taís disse colocou a mão na cara, fingindo vergonha. 

"Não tem porque ter esse bundão se não é para usar, né?" ele disse, dando um tapa forte o suficiente para fazer Taís fechar os olhos e morder os lábios, tentando não gritar de dor. “Fora que, o corno nunca comeu esse cuzinho, né? Precisamos descobrir se você gosta.”

Não consegui acreditar que fazia quase um mês e ele ainda estavam falando de mim. Eu achei que eles como casal iam descobrir coisas novas para se excitar sem ser a minha humilhação. Mas, pela resposta de Taís, eu estava totalmente enganado. Rindo e se juntando a brincadeira do Kayke ela disse: “Lógico que não. O pior é que o pau do corno era pequeninho, seria bem mais fácil do que botar esse monstro seu aí atrás. Meu bumbum é grande, mas não sei aguenta não”

Kayke gargalhava, claramente satisfeito com a submissão de Taís. Ele se posicionou atrás dela, e enquanto pincelava seu pau na entrada dela, ele ia penetrando sua traseira com o indicador. “Então, vamos descobrir”, ele disse. Taís mordia uma almofada e gemia, com reações totalmente desproporcionais com o que estava acontecendo ali. Não sei se ela fingia ou se a tensão de perder sua última virgindade a estava enlouquecendo.

Kayke tirou o dedo, cuspiu no próprio pau, e começou. Com movimentos cuidadosos no início, ele ia centímetro por centímetro derrotando a resistência que o corpo de Taís oferecia. Até finalmente seu pau estar atolado por completo na bunda da minha ex-namorada. Ele deu alguns tapas no bumbum dela, antes de segurar nas suas ancas e começar um movimento frenético de vai-e-vêm, como se estivesse celebrando com ela que a bunda dela não era mais virgem.

Taís não parecia nenhum um pouco confortável. Entre gritar de dor, suar e se desequilibrar com a violência que Kayke a comia, eu achei que ela fosse desistir. Porém, com um berro ela reiterou sua determinação: “PUTA QUE PARIU KAYKE COME ESSA BUNDINHA VAI.” Definitivamente essa não era a menina que eu havia ficado tanto tempo junto.

Kayke amava essa nova versão de Taís. Ciente do controle total que tinha da situação, a cada gemido dela, ele a golpeava. Suas mãos batiam com força nas nádegas da minha ex-namorada, com cada tapa deixando a região mais e mais avermelhada. Em vez de reclamar, ela parecia ainda mais excitada com a violência desmedida do seu parceiro. Perdendo totalmente o controle, Taís começou a xingar e socar o sofá, enquanto gozava sendo sodomizada por Kayke. “Ainda bem que eu troquei o corno por você. Nunca que eu ia sentir algo tão gostoso assim com ele.”

As palavras de Taís eram as notas finais da música que Kayke precisava ouvir para alcançar o seu próprio climax. Enquanto minha ex ainda tremia pelo próprio orgasmo, Kayke segurou ela pelos quadris com força, enterrou seu pau inteiro por uma última vez, e liberou seu gozo dentro dela.

Quando os dois se separaram, eu não aguentei e tive que parar o vídeo. Era doloroso demais assistir a bunda da menina que namorou comigo por tantos anos, gotejar com o líquido do cara que eu mais odiava no mundo.

Essa foi a última vez que eu vi ou ouvi falar deles. Tudo que aconteceu foi doloroso, mas para mim deixou válidas lições. Tudo que eu quero é deixar eles para trás e seguir a minha vida, com a promessa de que nunca mais permitirei que alguém me trate assim novamente.